Vinícius Fendrich
Psicólogo
Educador
Estamos na semana em que ontem, 1º de dezembro, comemorou-se o “Dia Internacional de Combate e Prevenção à Aids”.
O assunto, com dimensões atingindo todo o planeta, é gerador de imensas preocupações. Impulsiona estudos científicos e verbas para busca de soluções, a perder de vista.
O perigo, dizem alguns estudiosos, está na banalização do tema. O que no início aterrorizava e exigia cuidados extremos, hoje, com a eficiência dos excelentes medicamentos antirretrovirais e a positiva qualidade de vida do portador, acaba levando muitos ao descuido. Indica desatenção, irresponsabilidade e, pior, potencialização do vírus.
O complexo contexto HIV/Aids não pode e não deve perder o norte do cuidado e do respeito. Cuidados com sexo seguro e não exposição a situações de risco. Respeito com pessoas que apresentam uma doença atualmente considerada crônica e que não muda em nada a capacidade do ser humano de viver em plenitude.
O preconceito, sinônimo de ignorância e burrice, é o grande vilão da história. Pessoas se achando acima do bem e do mal julgam o próximo, sem perceber os grandes descompassos de suas próprias experiências.
Enganar, roubar, trapacear. Agredir, ofender, magoar. Ferir, destruir, desesperançar. Tudo isso é, para esses, aceitável. Por sua vez uma situação envolvendo saúde frágil e inspiradora de zelo, não. É na verdade uma ameaça e principalmente aponta no outro certas culpas inconscientes.
Sejamos prudentes. Nunca deixemos de amparar com palavras, atitudes, gestos e ações os que nos rodeiam. Povoam nossos dias.
Mantenhamos laços de ternura. Laços que simbolizam inclusive, nas grandes campanhas, a solidariedade e o comprometimento.
O laço vermelho representa sangue e paixão. Tal fitinha foi criada com base nas comemorações que os soldados americanos recebiam como honraria da Guerra do Golfo. Porém, era amarela.
Tornou-se ícone mundial quando incorporado a entrega do Oscar, almejando homenagear quem morreu ou estava morrendo vitimado pela enfermidade. O patrocínio e a sua divulgação foram bandeiras erguidas pela memorável atriz Elizabeth Taylor.
O projeto foi criado pela Visual Aids, em 1991, Nova Iorque. Trata-se de um grupo com profissionais de arte que objetivam conscientização, bem como arrecadação de fundos para serviços e pesquisa.
Enfim… O laço é identificado no planeta. Diante das necessidades e carências tantas no homem, para qualquer questão que envolva o HIV/Aids e seus desdobramentos, permitamos também a identificação dos laços de ternura diferentes. Falo daqueles que podem ser vistos em nossos corações.