Vinícius Fendrich
Psicólogo
Educador
Queiramos ou não, na dinâmica do tempo estamos sempre fazendo circular energias. Trocando favores. Entrelaçando esforços. Num momento dando de si e no outro recebendo para si. É o velho chavão: “Um dia é da caça e outro do caçador”.
Para tanto nunca se deve perder de vista o reconhecimento e os agradecimentos pelo bem que nos é ofertado. Agradecer nunca é demais. Simples, completo por si só e não exige maiores esforços.
Com exceção dos acostumados a viver egoísticamente, pensando ser o eu o centro do universo e o outro apenas um utensílio para momentos de necessidade. Descartável. Que se usa e joga fora.
Falar do sujeito egoísta é chover no molhado. Ou o aprendizado se instala. Ou uma psicoterapia o reestrutura. Ou a vida lhe ensina com jogos que constantemente nos propõe. E nem sempre agradáveis.
Sejamos gratos. É uma das mais belas lições de nobreza no homem. Reconhecer. E não uma vez, como forma convencional de mostrar educação. Sempre. Tantas quantas necessárias forem. Repita sempre a palavra “obrigado”. Agradeça a mesma coisa, mil vezes se preciso for. Ela imprime no cosmos a força do bem. Tal exercício retorna em dobro a quem o pratica.
Agradeçamos pai e mãe por nos terem trazido ao mundo em ato de amor. Agradeçamos a eles também pela condução de nossos passos até o atingir autonomia.
Agradeçamos professores, patrões, vizinhos, sociedade. Pessoas com quem namoramos, vivemos, constituímos família. Funcionários, prestadores de serviços e quem por vontade própria de nós para o bem se aproximou.
Agradeçamos amigos. Uma das mais difíceis conquistas. Um amigo é uma pedra rara que passou por delicada lapidação. De grande valor, beleza e objeto de desejo pelos outros. Porém pode cair e se estilhaçar, tornando-se inviável sua recuperação. Cuidado e atenção.
Agradeçamos a Deus. É Ele que observa serenamente o desenrolar dos fatos e decide, logo adiante, o que é justo ou injusto. Certo ou errado.
Agradeçamos inclusive os mal-agradecidos. Quanto empenho tivemos para com alguns. Como retorno recebemos o virar as costas. O esquecer. O ignorar. Lembremos que isso foi tão importante quanto todo o contexto. Não sabem que muito nos impulsionaram.
O despreparo e a inversão de valores neles, felizmente nos levam a buscar orientação, ocorrendo uma proximidade maior, nas insubstituíveis coisas do alto.