Vinícius Fendrich
Psicólogo
Educador
É comum nos questionarmos sobre a validade ou não de determinadas atitudes que tomamos em nossas vidas. Quantas vezes o caminho é acertado e nos abre perspectivas inúmeras. Em outras é um desacerto, promovedor de descompassos e desajustes.
O importante é o uso do bom senso. Da experiência registrada em episódios passados. Da sabedoria dos mais velhos. Do equilíbrio e ponderação. O sempre primeiro dialogar. Por fim, quando nada surtiu efeito desejado, então o uso de métodos em que força e pressão se mostram como alternativas.
Entramos aqui no mérito das recentes manifestações contra a corrupção política no Brasil, ocorridas em cidades expressivas da nação. Um número gigantesco de cidadãos. Coerência nos protestos. Educados, baseados em direitos e deveres, e não em violência ou afrontamento.
Uma mídia covarde, sem compromissos e de “rabo preso”, noticiando muito sutilmente os fatos. Qualquer vagabunda que mostre as partes em locais públicos ganha muito mais espaço e notabilidade.
Políticos que, certamente na maioria, riem e debocham do povo. Pois sabem que mesmo com toda essa podridão, a Justiça geralmente está do lado deles. Afinal, em tantos casos são parceiros, nos quais, sabe-se, negociações existem para ambas as partes.
Alguns talvez fiquem constrangidos com o desconforto de perceber que suas baixarias são de domínio público.
E poucos, muito poucos, sabem que possuem bom comportamento e concordam com medidas que amenizem tanta roubalheira oficializada.
O Brasil assim já é uma potência, imaginem o que seria livre desses porcos que o dilapidam. Sem políticos estaríamos no paraíso. Onde administradores competentes poderiam conduzir nossa grande empresa. O povo poderia de palhaço de circo passar a funcionário e cotista do empreendimento. E os políticos, entre ladrões e criminosos, deveriam pagar penas com trabalhos forçados.
O Poder Executivo só terá cara de seriedade quando tivermos um Legislativo decente. O Legislativo só será decente quando tivermos um Judiciário livre de injustiças.
Nossa Santa Catarina é um exemplo de bandalheira. A única medida no momento seria decretá-la Catarina, pois de santa não tem mais nada. Imundas “autoridades” conseguiram profaná-la.
Dizem que manifestações populares não resolvem. Resolvem, sim, mesmo que em longo prazo. Elas assustam pela força do povo, que, se soubesse de sua potência, mudaria qualquer quadro. Estão no caminho certo, sem siglas partidárias e sem corrompidos sindicatos. Por enquanto só na força afetiva de corações aquebrantados.
O mundo toma conhecimento maior dos sujos que temos por aqui. Isso é ótimo. Quem não os conhece que os compre.
Sabemos que existem os bem intencionados – uma minoria, óbvio – nos poderes constituídos. Tenhamos então esperança que intercedam por nós e pelo futuro de suas próprias gerações.
Lutemos para que a Justiça seja cega, objetivando principalmente a neutralidade. Não como hoje, em que é cega porque tem vergonha de ver o que faz.