Vinícius Fendrich
Psicólogo
Educador
Aproxima-se 12 de outubro, Dia da Criança. Mais importante ainda, dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Datas que movimentam setores da economia. Indústria, comércio, serviços, turismo e similares.
Para a santa homenageada resta-nos, frágeis humanos, pedir que olhe com carinho pelo país. Proteja os de bem e ilumine a consciência dos desvirtuadores de princípios éticos e morais. Preserve uma nação tão promissora e ela não sucumba frente à incontável cambada de vagabundos ordinários que impregnam nossa coletividade, tal qual um câncer incontrolável, partindo de Brasília até os menores municípios, os “famosos” políticos que se enquadram no grupo, o maior de todos, ressalte-se.
A trupe, vale lembrar, é enfeitada ou enfeiada por representantes que denigrem os três poderes constituídos e os seres deploráveis vão desde altos cargos, nomeados por apadrinhamentos, até os eleitos com o mínimo necessário de votos, ou nem isso, já fazendo parte da fila dos acertos desacertados para com suplentes, não menos sem vergonhas e aproveitadores do que os demais.
Só por tamanha responsabilidade, Aparecida já merece orações, dia e noite, sem parar.
Mudemos então de assunto e falemos de algo bom, alegre e singelo. Crianças. A ingenuidade sempre contagiou os que acreditam que existe luz no final do túnel.
O Dia da Criança serve principalmente para nos reportarmos ao período em que fazíamos parte de um mundo diferente. Nele o brincar era a palavra de ordem. E tornava-se tão imperativo quanto para adultos trabalhar o é.
Brincadeiras de criança. Mudaram com o passar dos anos. Hoje são mais paradas e tecnológicas. Exigem muito cérebro e pouco afeto. Ao invés de esforço e cansaço físico, o mesmo se dá no aparato mental.
Bons tempos o de correr descalço na grama. Tomar banho de rio. Pular de galho em galho nas árvores. Sujar-se no pó, na areia, no barro, na lama.
Brincar de esconder, pegar, pular corda, mamãe-lata, casamento atrás da porta, barra-barra manteiga.
Carrinhos de rolimã. Fantoches. Bonecos e bonecas. Teatro no varal de roupa. Peca. Forte apache. Peteca. Patinete.
Banho de mangueira. Laboratório com misturas de ingredientes da cozinha, banheiro e lavanderia das mães. Confeitaria, em que tortas de terra, nas tampas de latas, eram enfeitadas com flores do quintal e talco da vó.
Lembrar é viver. Fala-se de saudável saudosismo. A vida era leve e livre de convenções sociais.
Usemos a experiência do passado, hoje. Façamos brincadeiras com a vida. Não levemos tudo tão a sério. Passa rápido para ser desperdiçada com doenças, ódios, dores e tristezas.
Dentro do permitido e aceitável, em equilíbrio, façamos com que nossa existência, para nosso bem e longevidade, se assemelhe às brincadeiras de criança.
Bem intencionadas, divertidas, interativas e acima de tudo dotadas de energia pura e positiva, vinda dos principais elementos de nosso interior, a alma e o coração.