Carioca criada em Joinville, morando algum tempo em São Bento do Sul e Florianópolis.
Sou vegetariana desde os dezessete anos e recentemente me mudei para a terra do churrasco (Pelotas - RS), onde faço graduação em biotecnologia. Gosto de arte, cultura geral, animais domésticos, psiclogia, história e filosofia. Gosto de algumas pessoas também. Aprecio culinária japonesa... mas tem que ser sem carne. Gosto de escrever, desenhar, conversar, tocar violão, perder tempo na internet e dormir.
Pessoas são muitas vezes usadas como parte de um sistema, de uma causa maior. Precisam suprimir alguns de seus anseios e desejos individuais em prol de um bem comum, de interesses que podem ir além de sua compreensão. Prendem-se à rotina de estudos e trabalho, raramente para seu próprio progresso ou pela vontade de prosseguir na própria evolução psicológica: são impelidas pela necessidade de ganhar mais e trabalhar menos, ou simplesmente em condições menos extenuantes e desagradáveis que as do emprego anterior.
Em busca de um tratamento mais digno por parte da sociedade, da valorização do próprio esforço (recompensado por melhores salários), muitos abandonam o conforto e as certezas e vão ao encontro de novas oportunidades. Sabendo disso, alguns contratantes aproveitam a ingenuidade e a inexperiência alheia, aliciando profissionais em potencial, para que se tornem, não mais engrenagens, mas peças de um tear.
Há mais de duzentos anos, a escravidão foi abolida, não só no Brasil. Mas recentes inspeções em ateliês de fornecedores da empresa Zara, foram encontrados trabalhadores em situação de escravidão.
Dos 51 trabalhadores, 46 eram oriundos Bolívia e estavam clandestinamente no Brasil. Os demais eram brasileiros. Começavam seu expediente às sete, terminando-o às 21 horas. Recebiam vinte centavos por peça produzida.
No local, além de produtos Zara, foram encontradas peças das grifes Cobra D'agua, Billabong, Brooksfield, Gregory, Tyrol e Ecko.
O tear manual já foi usado em ato pela liberdade, quando Gandhi, ao pregar a libertação indiana do povo inglês, decidiu vestir-se com o tecido produzido por si mesmo. A roupa, que desde a Antiguidade representa status, seria a mesma entre ricos e pobres, diminuindo a discriminação pela indumentária. Sugeriu aos seguidores que fizessem a própria vestimenta: a roupa comprada era produzida em indústrias inglesas. Deixando de consumi-la, haveria um enfraquecimento da indústria britânica, fomentando a indústria têxtil indiana, que estava em crise. Gandhi afirmou que não havia beleza em um tecido causador de sofrimento.