Carioca criada em Joinville, morando algum tempo em São Bento do Sul e Florianópolis.
Sou vegetariana desde os dezessete anos e recentemente me mudei para a terra do churrasco (Pelotas - RS), onde faço graduação em biotecnologia. Gosto de arte, cultura geral, animais domésticos, psiclogia, história e filosofia. Gosto de algumas pessoas também. Aprecio culinária japonesa... mas tem que ser sem carne. Gosto de escrever, desenhar, conversar, tocar violão, perder tempo na internet e dormir.
Com certeza, um mito. Uma das criaturas mais fantásticas que surgiram no Olimpo para acalentar os seres humanos.
Um pequeno grande homem, de um metro e cinquenta e oito centímetros de altura, segundo ele mesmo. Caráter, humildade, simpatia e bom humor tornaram-no gigante. Era um trabalhador dedicado e músico amador. Amador também da vida e das experiências proporcionadas por ela. Foi ele quem me disse que as coisas vêm, não para nos punir, mas para nos ensinar. Aliás, ele muito ensinou: a desenvolver habilidades com violão, contrabaixo e tantas outras atividades importantes aos companheiros de trabalho.
A mim, ensinou a editar um vídeo de última hora, para um trabalho escolar que insistia em não progredir. Mostrou-me as aplicações de um alvejante ao lavar os cadarços de um par de tênis, parte da letra da canção Chico Mineiro, o riff da música La Bamba (no vilão) e o quanto certo anúncio de um produto Polishop, na TV, poderia ser divertido.
Foram ótimas conversas e uma convivência de paz e respeito. Respeito que em pouco tempo se tornou admiração, não só minha: seu carisma rendeu muitas amizades, um casamento, um filho. Houve até um simpático fã clube, formado por senhoras que frequentavam o salão de cabeleireiros, do shopping de Joinville em que ele trabalhou. Os membros, ao notarem sua ausência no estabelecimento, reclamaram com o responsável.
Mas eis que seu expediente na Terra terminou. A separação foi bastante dolorida, especialmente para seus familiares, colegas de trabalho e amigos mais próximos. Apesar do intenso sofrimento decorrente, tenho certeza de que ele não foi maior que o prazer da convivência e toda a herança de lições de vida por ele deixadas. Com certeza fez jus ao apelido de arcanjo, usado por ele para compor seu endereço eletrônico.
Hermes foi, na mitologia grega, o mensageiro dos deuses. Patrono do comércio, da eloquência e da diplomacia. Ao cumprir sua missão, de trazer aos humanos mensagens de esperança, gratidão e confiança no princípio de que “gentileza gera gentileza”, o nosso Hermes (como diziam as senhoras do fã clube do shopping) voltou ao mundo das divindades, onde aguarda o chamado para uma nova jornada.