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Elisa Mota


Carioca criada em Joinville, morando algum tempo em São Bento do Sul e Florianópolis.

Sou vegetariana desde os dezessete anos e recentemente me mudei para a terra do churrasco (Pelotas - RS), onde faço graduação em biotecnologia. Gosto de arte, cultura geral, animais domésticos, psiclogia, história e filosofia. Gosto de algumas pessoas também. Aprecio culinária japonesa... mas tem que ser sem carne. Gosto de escrever, desenhar, conversar, tocar violão, perder tempo na internet e dormir.


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Idoneidade de Papel

Terça, 16 de agosto de 2011

Sem lenço e sem documento não se deve andar, apesar do perigo de assalto iminente. Documentos são essenciais em várias situações e parte-se sempre do princípio de que somos desonestos: é preciso apresentar documento com foto, histórico escolar, título de eleitor com comprovante de participação na última eleição. Experimente tirar uma cópia autenticada de uma cópia de um documento, sem que o original esteja com você: impossível. É preciso provar que a cópia que você fez é realmente uma cópia, e não uma tentativa de "burlar o sistema". Do mesmo modo, além de mostrar seus documentos, é necessário inserir sua impressão digital no cartão-resposta de vestibulares e (em alguns) informar se você tem um irmão gêmeo. 

Tudo para inibir a "corrupção", é compreensível. Mostra-se um "atestado de veracidade" emitido por determinada instituição pública. Porém, para não falar na facilidade em produções caseiras facilmente aceitas em fiscalizações (portas de boate, por exemplo), o sistema emissor de tais atestados não é imune à corrupção. É possivelmente mais desacreditado e suspeito que qualquer cidadão comum. Teríamos mais motivos para desconfiar de nossas instituições que de pessoas desconhecidas. 

Fatos "suspeitos" em vestibulares e concursos são relativamente comuns, além de denúncias de fraudes e vendas de gabarito. Há diversos relatos de exceções à proibição do uso de calculadora ou da eliminação do candidato em caso de toques de celular. Eleições são permeadas de alianças e propagandas incoerentes, além de financiamentos (para campanhas, por exemplo) que muitas vezes superam o faturamento do candidato durante todo o seu possível mandato. 

Você tem o direito de votar, mas muitas vezes isso não influencia o resultado das eleições. Não, de modo algum devemos anular o voto ou votar em branco. Mas é desestimulante ver corruptos reeleitos. O poder de voto, uma arma contra maus políticos, acaba apontada para os próprios eleitores, que elegem muitas vezes representantes que definitivamente não se importam em melhorar sua vida. É quase um escárnio sermos portadores de título eleitoral. 
No caso do "povo eleito", documentos que comprovem a desonestidade ou as más intenções de alguns são simplesmente ignorados. A impressão que se tem, às vezes, é de que apenas o "cidadão comum" precisa provar sua "idoneidade". Se provado que alguém é realmente infrator, os documentos perdem a importância: afinal, quanto mais corrupto, maior a tendência a ser poderoso. Quem realmente tem poder não precisa se submeter à lei. Portanto, a utilidade dos documentos está restrita aos inocentes. Não só no sentido de isenção de culpa em determinado crime, mas também no sentido de ingenuidade, que levaria à submissão e ao não questionamento dos procedimentos comuns. 
Contudo, ratificando minha inocência, não tenho sugestão melhor que a apresentação de documentos para uma melhor identificação de seres humanos. Diria apenas que é frágil e seria mais inteligente implantar outro sistema, como o baseado em fotografia da íris. Reconheço que isso implicaria altos custos e um período relativamente extenso de adaptação de diversos setores. Mas mesmo com a adaptação, haveria a possibilidade de "sabotagem" de um banco de dados em que as fotografias de diferentes cidadãos fossem catalogadas. 
Talvez mais importante que a fiscalização de documentos seja a de indivíduos responsáveis por instituições públicas, e a criação (e execução) de leis mais contundentes quanto aos casos de corrupção.



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