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Elisa Mota


Carioca criada em Joinville, morando algum tempo em São Bento do Sul e Florianópolis.

Sou vegetariana desde os dezessete anos e recentemente me mudei para a terra do churrasco (Pelotas - RS), onde faço graduação em biotecnologia. Gosto de arte, cultura geral, animais domésticos, psiclogia, história e filosofia. Gosto de algumas pessoas também. Aprecio culinária japonesa... mas tem que ser sem carne. Gosto de escrever, desenhar, conversar, tocar violão, perder tempo na internet e dormir.


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Visão do Escafandro

Terça, 12 de julho de 2011

Ressaca cultural, novamente, desta vez causada por algo francês. Inebriante, de fino gosto, que exige algumas atividades sensoriais, mas principalmente a sensibilidade psicológica. Trata-se de um filme: O Escafandro e a Borboleta (Le Scaphandre et le Papillon, no título original, em francês), do cineasta e pintor nova-iorquino Julian Schnabel, digníssimo dos prêmios que recebeu por sua atuação como diretor do filme.
O Escafandro nos convida à imersão na história real do jornalista Jean-Dominique Bauby, ou "Jean-Do", como chamavam-lhe os amigos. "Bon-vivant", editor da revista Elle (de moda, francesa), pai de três filhos, sofre um acidente vascular cerebral (AVC) aos quarenta e três anos. Três semanas depois, mais ou menos, sai do coma e começa uma dramática tentativa de recuperação.

Ao acordar, movendo apenas seu olho esquerdo, Jean-Do percebe a incapacidade de se expressar por meio da fala. É diagnosticado pelos médicos como portador da "síndrome locked-in", ou "síndrome do encarceramento". Sua fonoaudióloga (representada na foto acima) desenvolve um método em que as letras mais usadas na comunicação (no idioma francês) eram sequenciadas e ditas ao paciente. Ele deveria piscar uma vez para escolher a letra, quando fosse dita pela fonoaudióloga. Em perguntas cujas respostas deveriam ser "sim" ou "não", ele deveria piscar uma vez para dizer "sim" e duas para dizer "não". O mesmo gesto de piscar duas vezes seguidas deveria ser usado como espaçamento (como o de um teclado) entre uma palavra e outra, quando ele estivesse escolhendo as letras soletradas.

Jean-Do, pouco antes do acidente, pretendia escrever um livro. Durante a estadia no hospital, decide executar seu projeto, usando o meio de expressão desenvolvido pela fonoaudióloga. A editora envia uma responsável por registrar as palavras de Jean e dessa forma, todo o livro é escrito. O protagonista descreve sua sensação de aprisionamento no próprio corpo como o uso de um escafandro, do qual ele poderia ver sua borboleta (a redatora do livro, por quem o jornalista desenvolveu grande afeto).

Do mesmo modo que a borboleta inspirava o prisioneiro de um "casulo", a imaginação e as memórias mantinham no jornalista alguns traços da liberdade da qual anteriormente desfrutava. A empatia e o altruísmo, dos funcionários do hospital e dos amigos e parentes de Jean, preenchem a trama de forma intensa e mostram-se determinantes para a diminuição do desconforto vivido pelo protagonista. Talvez um longa-metragem obrigatório aos estudantes e profissionais da área da saúde. 

Indicado a qualquer pessoa disposta a ter novas perspectivas, também proporcionadas por ângulos de filmagem e percepção bastante originais. 



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