Vinícius Fendrich
Psicólogo
Educador
Lamentável. Vemos, apesar de não ser novidade - o que assusta é o volume -, um rol de atrocidades envolvendo o Estado de Santa Catarina. Política, como ciência e exemplo, só nos livros fora de uso ou de uso obrigatório, por pobres alunos que precisam entender que teoria e prática, muitas vezes, são coisas diferentes. Ou ainda definições na internet. Cópias dos "bons" conceitos existentes e deboches escrachados, que nos divertem por mostrar a indignação de mortais honestos.
Lembro-me de Santa Catarina como exemplo para a nação. Quando menino escutava em minha casa que fazíamos parte de um Estado que trabalhava além, que possuía origens, que era destaque em organização geral. Bons índices econômicos. Estruturadas Educação e Saúde. Muita cultura. Política voltada a princípios éticos e morais.
Nem envelheci tanto para que tudo isso já seja um fictício conto de fadas. Hoje somos focados como destaque negativo em rede nacional.
Educação relegada a planos insignificantes. Um salário para professores figurando entre os piores do Brasil, o que deflagrou uma grande greve. Verbas da pasta desviadas para outras finalidades.
O escândalo da Assembleia Legislativa, com pensões ilegais, causando revolta frente a tanta criminalidade oficializada. Pessoas sadias, aposentadas por invalidez, trabalhando e com salários de até R$ 35 mil/mês.
Investidores como Eike Batista desistindo de projetos milionários, com criação de empregos infindos, transferindo-os para o Rio de Janeiro, só como em um dos casos, porque aqui as negociações não são viabilizadas. Afinal, possuindo tantas "eminências pardas", até se reunirem todas, provavelmente com salários pagos rigorosamente em dia, mas paradeiro indefinido, os prazos e a paciência já se esgotaram.
Saúde e segurança pública prestes a entrar em greve, por motivos mais do que justos.
Estradas como corredores com risco eminente de morte, por má conservação e sem perspectivas de recuperação. Pedágios sim, estes funcionando muito bem, dinheiro arrecadado e super-taxado. Tudo para uma classe sempre com falta de recursos, a conhecida "cambada" de políticos, espalhados pela nação como moscas em cima de estrume. Pena pelo estrume, que tem sobre si coisa muito pior do que é.
Herança maldita, apregoam alguns. O atual governador herdou do ex-governador problemas gigantescos. Se sim ou se não, sabia o que herdaria. E que dê conta do recado, do contrário não deveria ter brigado tanto para chegar lá. É interessante que primeiro quase se matam para obter o poder. E depois, do alto dele, começam a vomitar desculpas velhas e emboloradas para o povo, mascarando a mesma explicação de sempre, falta de escrúpulos e vergonha na cara.
Tanto criticou-se as SDRs. Geradoras de gastos astronômicos apenas. Cabide de empregos. Sem possibilidade de tomada de decisões. Estão aí, mais formosas do que nunca, com um detalhe, mais avacalhadas do que já eram e com mais gente pendurada do que já tinham. É mole?
Estamos cansados. Decepcionados e com muita rapidez. Fartos de tanta inoperância e mentiras. Penalizados por nossa Santa Catarina, jogada na sarjeta pelos que dela só querem satisfazer interesses pessoais, duvidosos e questionáveis. Enojados com candidatos considerados em campanha, "salvadores da pátria". Quando eleitos, sofrem a metamorfose peculiar a quase todos. Se revestem de uma paralisia assustadora. De um discurso contraditório. De um comportamento típico dos que almejam o querer a qualquer custo e ao ter, apagar imediatamente os traçados que os conduziram até lá.
Que nós, catarinenses de coração, continuemos firmes em nossos propósitos e na busca da recuperação de uma identidade que já foi tão melhor e tão desejada por tantos.
Que eles um dia paguem muito caro, de alguma forma, por tamanha falta de discernimento, bom senso, consciência do certo e do errado.
Leitor, eis aí um desabafo compartilhado.
Em tempo, alguém não concorda? Que prove o contrário.
No mais, Santa Catarina, rogai por nós...