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A vista do meu ponto - Jonny Zulauf


Advogado


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VARIG, VARIG, VARIG – REPETIA O SLOGAN

Terça, 21 de julho de 2015

 

Muitos ainda lembram com orgulho da “nossa VARIG”. É um exemplo da maldição de um corporativismo forte e vigoroso. Aconteceu assim: A Viação Aérea Rio-Grandense, teve seu capital em ações gradativamente sendo compradas pela Fundação Rubem Berta, uma entidade de previdência privada formada pelos empregados da empresa, que passaram a ter total controle das decisões na gestão de seus próprios destinos. Dentre eles, estabilidade de emprego, salários sempre mais altos. No espírito público, pouca cobrança na produtividade e qualidade dos serviços, por conta do conforto dos colaboradores. Evoluía em mais ações e poder, mais controle, mais benefícios, mais interesse e proteção individual. O controle acionário que era da Fundação, passou a inibir a gestão racional da Varig e pior, por articulações espúrias sempre justificada por retrógrados políticos nacionalistas, teve como protetor o Estado, como cliente ou como determinante nas reservas de mercado ou fiador de negócios.

 

CONTAMINAÇÃO MALÉFICA

Todo aquele que buscar um pouco da história das corporações financeiras do mundo antigo, vai constatar bons exemplos de empreendedorismo. Verá também sem nenhum esforço, que a maioria dos empreendimentos que passam a ter “negócios” com o Estado, tendem a deteriorar seus princípios e a desaparecer. No exemplo acima, a VARIG, gigante e detentora de monopólio por proteção estatal de um lado e investimentos de acionistas de si próprios de outro, projetava-se a ser uma Petrobras. Aliás, os preços eram “autorizados” pelo governo. Uma passagem a Paris chegava a custar US$ 3.500,00! (Hoje US$ 900,-) Algo como hoje ouvimos no noticiário, que “foram autorizados reajustes de energia, ou de gasolina”. Funciona, com economias fechadas e livres da concorrência. Com o passar do tempo, tornou-se insustentável. Não competiu mais com o resto do mundo livre. A VARIG perdeu a proteção maldita de mercado pelo Estado brasileiro. Só sobreviveria com mais subsídios de terceiros, mais proteção externa. Governamental, é lógico. Caíram a qualidade dos serviços, da segurança, da confiabilidade. Caiu a ética. Desmoronaram as já pífias boas práticas de gestão. Faliu a Varig, derreteu a Fundação que imaginava ser  eterna dona de uma linda zona de conforto pelo controle corporativo da situação incestuosa. E, pasmem, era da iniciativa privada!

 

O GIGANTE ESTADO

É uma vergonha a postura corporativa dos servidores do Estado brasileiro em todas suas instâncias. Gigante pela própria natureza, segue o exemplo da Varig, ou da União Soviética. Estatizar, criar e manter cargos de confiança para abrigar políticos perdulários e incompetentes, comparados a uma vida regular e, para corromper, como escandalosamente se vê na “União Federal”. Este vício populista está aqui perto de nós. No Estado de Santa Catarina, um estupendo corporativismo entrou em ação quando a Assembleia Legislativa propôs  mudanças de critérios de repasse do duodécimo pelo Executivo Estadual. Só não terá os destinos da VARIG, porque a fonte de recursos é do contribuinte que cada vez mais é violentado por impostos para manter odiosos privilégios aos servidores públicos. No judiciário, com os 14o e 15o salários, férias de dois meses ou mais, abonos, diárias e auxílios diversos, muito questionáveis. O “Estado” é hipertrofiado também no município. Pior do que ser grande, é sermos reféns do corporativismo. Somos todos e até os nossos representantes, os vereadores e o prefeito, quando bem intencionados, vítimas da protegida casta pública, isenta de crítica eficaz e desempenho de avaliação. Inglório o esforço dos Deputados que tentaram moralizar parte dos vícios que nos consomem em Santa Catarina. Disse Delfin Neto: As benesses de hoje serão o flagelo de amanhã.

 

MASTODÔNTICA E ESCLEROSADA

Assim Ives Gandra da Silva Martins classificou a Federação Brasileira, afirmando que ela não cabe no seu PIB. (FSP, 14.7.15) Afirmou, ainda, que “a crise brasileira é, fundamentalmente, uma crise de irresponsabilidade fiscal, em que os governos gastam o que não têm, gastam mal e privilegiam amigos e políticos para manter-se no poder, sendo a prestação do serviço público um efeito não necessário, mas apenas colateral da administração”.  Considerando que os exemplos vêm de cima, há uma esperança na aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal que, caso Dona Dilma não consiga rebater os 13 pontos levantados pelo TCU, as contas estão declaradamente irregulares e os responsáveis deverão pagar por isso. Está em jogo o futuro da boa ou má gestão do poder público brasileiro, com efeitos até ao menor ente da federação. Há o risco de o Brasil tonar-se o país da irresponsabilidade de gestão, da ineficiência e da corrupção. Alguém pagará esta conta.



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