Advogado
No ambiente da academia, provoco os universitários a classificar todas as circunstâncias sob a ótica da natureza jurídica. Classificar juridicamente o mais elementar dos fatos. É uma forma de estimular o espírito crítico sobre o cotidiano. Este condicionamento provoca percepções do tipo: Há cheiro de hipocrisia ou contradição na homenagem ao Eduardo Cunha? Dia 21.10, o PMDB o exaltou, como ex-líder da bancada com foto em galeria. Quer dizer: mesmo robustamente denunciado como um corrupto de milhões de dólares, denegrindo a imagem do congresso nacional e do país, as liderança do partido enaltecem o homenageado! Na oportunidade lideranças minimamente esclarecidas protestavam pela incoerência do ato. No vizinho Estado do Paraná se discute revogação do título de cidadão honorário do concedido ao ex-ministro José Dirceu em 2003. Afirma-se no parlamento estadual que “É inconcebível que o Dirceu seja considerado cidadão honorário do Paraná. Ele nada tem de honorário. É apenas um corrupto já condenado que está sendo novamente investigado por ter participado da roubalheira na Petrobras”. A polêmica vai longe quando propuseram agraciar o Juiz Federal Sérgio Moro com o mesmo título, questionando: “Do que adianta a gente apresentar um título a alguém se um criminoso preso tem essa honraria? Precisamos restaurar a credibilidade do instrumento”. A honraria é dada para quem tem reputação ilibada. Além deste requisito elementar, faz-se necessário que se diga o que ele (homenageado) fez, sem visar lucros, interesses pessoais ou profissionais, em defesa do povo do Município ou Estado que lhe concedeu tal cidadania. Isso foi aferido com critérios? Quais?
NOSSA AMÉRICA
Reitero minha paixão e deliberado estímulo a todos que ainda não passaram a curtir nossa América do Sul. Riquíssima, pelas diversidades de toda ordem que apresenta. A grande colcha de retalhos que permite mapear o Brasil, continua nos demais países com as mesmas características. Viajar é, bom, faz bem, desenvolve, realiza. Sem pretender sequer parecer expert, porque não sou mesmo, entendo que vale muito a pena contar experiências em visitas a todos os países da América do Sul. A diversidade de paisagens que vão de ilhas e praias maravilhosas, a desertos e montanhas nevadas como em qualquer lugar exótico do mundo. Nós brasileiros tendemos a dar as costas ao continente e sonhamos com o além mar, provavelmente motivados por nossas origens europeias. Temos, porém, uma maravilhosa opção aqui ao nosso lado, onde podemos ir de ônibus, carro ou até aventurar com uma byke.
FINCAR BANDEIRA
É uma expressão que vem dos primórdios das conquistas de lugares remotos do mundo, podendo ser o cume de uma montanha, ou um ponto geográfico como os Polos, Sul e Norte, onde os conquistadores “fincaram as bandeiras” de seus países. Assim, simbolicamente finquei bandeiras em todos os países da América do Sul, exceto as Guianas. De todos os lugares trago boas e curiosas lembranças. Em outro momento com parceiros daqui de nossa vila, escalamos montanhas nos Andes. Chile, Argentina e Bolívia foram palcos de emoções fantásticas. Além da natureza exótica, a neve e as tempestades de grande altitude são indiscritíveis como o visual que nem fotos e filmes podem reproduzir quando se sente o cheiro puro de cada local. Caminhadas, sim, a pé, pela trilha dos Incas na região de Machu Piccho, culminando com a chegada nas ruínas abandonadas é o máximo. Assim como navegar pelo Amazonas e seus infindáveis afluentes, o sobrevoo da Linhas de Nazca no Perú são experiências únicas que se equiparam ao deslumbramento de Desertos como o do Atacama e do litoral do Perú, o micro-clima do Jalapão, as cataratas de Iguaçu, o show dos Aparados da Serra, ou os Canyons da Chapada dos Guimarães. De motocicleta levei a bandeira aos extremos da América do Sul, visitando Ushuaia no extremo sul da Argentina e a Isla Margarida – já no caribe – ao norte da Venezuela, sempre partindo da nossa São Bento do Sul. Em oportunidades seguintes revelarei surpresas especiais destes passeios em terras de língua espanhola e portuguesa. Aqui ao nosso lado.