CONCERTO DE GALA

Louvor, honra ao mérito, efusivos cumprimentos, parabéns, é o mínimo. Nada pode expressar o reconhecimento pela extraordinária manifestação cultural ocorrida na semana passada num dos ambientes mais seletos da nossa cidade, na Sociedade Ginástica e Desportiva São Bento, esta em período de comemoração dos seus 90 anos. O concerto é parte dos festejos dos 60 anos de atividade da Orquestra São Bento do Sul. Sob a regência de Joaquim Rebollo Couto, misturaram-se músicas eruditas, descontração do regente falando informalmente com um público de alto nível, reencontro dos primeiros componentes e outros integrantes da orquestra, imagens de registros desta linda história. Competentíssimos e perfeitos, os integrantes da orquestra interpretaram Johan Strauss II, Edy Gloss e Heitor Villa Lobos, dentre outros. Emocionaram. Uma virtude deslumbrante da gente daqui.

JUSTIÇA ALÉM DA CONTA

É evidente que todos devam merecer justa remuneração compatível com o grau de complexidade do trabalho, da responsabilidade e do tempo dedicado ao empregador. Da mesma forma, são indicadores de desenvolvimento a renda das pessoas que no conjunto da sociedade elevam o padrão de vida em todos seus aspectos. Tudo, entretanto, deve guardar uma coerência com o ambiente em que estas referências se colocam.  A mesma evidência já pode ser observada nas distorções da remuneração elevada de servidores do Estado, quando comparados com a renda de atividades profissionais equivalentes da iniciativa privada, aquela que paga o que pode. Extravagante é o anúncio dos reajustes de salários do judiciário entre 53% a 79%, dependendo da classe do funcionário. Uma atitude inconsequente dos congressistas, dissociado das carências e necessidades do país. 

EFEITOS DE AJUSTES

Aumentos de remuneração irresponsável e em proposta populista de um congresso alienado, mesmo que projetadas ao longo do tempo, mas acima de padrões médios de ganhos em relação ao mercado para atividades correlatas, devem ser contestados. Além de gerar gastos adicionais como é o caso do judiciário, uma verba de R$ 25,7 bilhões para os próximos quatro anos aos cofres públicos, contaminará outras categorias da casta pública. Aos juízes deve ser garantido o justo provento, até para preservar a sua independência e isenção no exercício da magistratura, aliás, uma das funções mais bem remuneradas do país. Inaceitáveis são os aumentos propostos e a generalização deste aumento para uma estrutura que lentamente quer melhorar seu péssimo desempenho em termos de prestação de serviços à sociedade, observados, ainda, os penduricalhos de ganhos indiretos, a exemplo de ajuda moradia, funções temporárias adicionais e a escabrosa Resolução do Conselho da Justiça Federal, criando o bônus de até um terço dos vencimentos aos magistrados que recebam mais de mil processos novos por ano. Os precedentes na justiça sempre indicam tendências.

COOPERATIVA

Para alguns, a sigla SCRcred ainda é uma incógnita. Tudo começou com a reunião de alguns empresários dentro do ambiente fértil do associativismo e do voluntarismo da Associação Empresarial de São Bento, cotizando-se para formar uma base financeira inicial na criação de uma cooperativa de crédito, voltada a atender a pequena empresa, ao empresário individual, seus sócios e colaboradores. Originalmente as três primeiras letras SCR homenageiam São Bento, Campo Alegre e Rio Negrinho. A letra C já abriga a cidade de Corupá. Em menos de oito anos, 47 cooperados tornaram-se mais de 11 mil. De um posto de atendimento, evoluiu para sete, sendo um PA em Corupá, um em Porto União como resultado de incorporação da cooperativa no extremo da região do contestado e dois em Rio Negrinho. Partindo das economias de menos de R$ 250 mil, hoje a comunidade regional já administra mais de R$ 11 milhões de ativos, ao custo de taxas e encargos financeiros na média, próximo da metade do sistema bancário. Os ganhos e resultados são dos cooperados, da comunidade. O que se começa a fazer aqui é altamente relevante na Alemanha, vital para controlar a voracidade do sistema financeiro, onde o cooperativismo financeiro representa mais de 30% da atividade financeira do país. Aqui está a merecer forte incentivo do Banco Central brasileiro, neste mesmo propósito.