Vinícius Fendrich
Psicólogo
Educador
Sentimento difícil de ser administrado. Por um lado fere e por outro alivia dores da alma.
Há 21 anos atrás, despedia-me definitivamente de meu pai, Arno Fendrich. Separação, como outra qualquer, não aceitável e com o tempo, amigo e conselheiro tempo, digerível.
Dez anos de problemas com uma saúde frágil e delicada, porem com um enfrentar adversidades de ordem invejável. Sempre, por pior que estivesse, respondia: Tudo bem, tudo certo.
Hoje quando visito seu túmulo, observo a frase que ele mesmo solicitou, “O que tem que ser...será!” E as máscaras do teatro displicentemente depositadas ao lado. Daí penso, quanto fez pela cultura de São Bento do Sul e até mesmo além fronteiras.
Teatro Bandeirantes. O elenco mais refinado da época, com nossa sociedade envolvida. Os palcos aplaudiam desde dramas até comédias.
O sucesso de Rebeca. Destinos marcados. Espanha em sangue. É Natal em meu coração. Houve uma vez um Natal. Eu a matarei querida. Culpado ou inocente. Santa, o destino de uma pecadora. Que família santo Deus. Este ovo é um galo. Velório à Brasileira. Loucura. Entre tantas outras.
E aí o Drama do Calvário. Mil atores em movimentação no morro da igreja. Um show de dramaturgia, onde por mais ou menos 2 horas, aproximadamente 20.000 pessoas se emocionavam e lembram com carinho da encenação.
Não foi prefeito, não foi vereador. Minha mãe sempre se opôs. Mas foi político. Fundou o PMDB em São Bento do Sul e depois migrou para partidos, conforme desdobramentos locais.
Liderou a construção da praça João Treml, em frente a APAE, enquanto presidente do Lions. Do qual foi sócio fundador.
Reforma, aquisição de patrimônio e construção do campo de futebol na Sociedade Desportiva Bandeirantes, enquanto presidente.
Pertenceu a diretoria da Sociedade Ginástica e Desportiva São Bento.
Foi responsável pelos festejos do centenário da Sociedade Cantores 25 de Julho, sócio benemérito.
Foi presidente da CDL.
Presidiu também o CAP, onde liderou calçamento, iluminação e construção de salas de catequese na igreja matriz.
Trouxe a São Bento do Sul o show de patinação “Periquitos em Revista”, de São Paulo, por duas vezes.
Participou da diretoria do ICBA.
Empresário, comerciante e fotógrafo de renome com o “Foto Arno Ltda”.
Presidente da APP do colégio São Bento. Liderou a construção do ginásio de esportes e propôs a construção da casa do professor (projeto arquivado).
Secretário de cultura em São Bento do Sul, na administração Odenir Osni
Weiss. Intencionou a construção da casa da cultura e teatro municipal, onde está o shopping Zipperer (projeto arquivado).
Participou de diretoria em movimento escoteiro desbravador.
Liderou a construção da gruta, junto com padre Fidelis, em frente a Igreja Matriz.
Liderou a colocação da primeira via sacra em azulejos na escadaria da igreja.
E detalhes de seu curriculum não terminam aí, eu é que vou finalizar.
Arno foi um ícone para a cidade, deixa saudades, que Deus o tenha e abençoe.
Pena que ainda nunca tenha recebido reconhecimento e justa homenagem pelo poder público.