Vinícius Fendrich
Psicólogo
Educador
Trabalhar com educação. Situação delicada. Os novos desafios nos apontam desesperança nesse campo também. Tecnologias invasoras. Alunos novos com problemas novos e professores antigos com problemas antigos.
Tenho vivido experiências que me fascinam. Quando por exemplo, jovens mostram vontade e talento, mesmo frutos da não estrutura familiar e do caminhar a margem da delinquência.
Outras me deprimem. Pessoas com tanta vida se entregando ao vicio, o ócio e a inversão total de valores éticos e morais.
Culpa de quem? Não interessa. É preciso que façamos nossa parte, rápido e bem. Difícil? Creio que distribuir afeto é mais fácil do que o comum destilar fel e veneno por onde se passa.
Tenho visto professores ótimos, desenvolvendo com seus alunos projetos que certamente os encaminharão a um futuro promissor. Me reporto a realidade dos adolescentes, ensino médio. Outros, são medianos, fazem o que lhe pediram para fazer, nem mais, nem menos. No melhor estilo “pau mandado”.
Aí tem toda uma gama de falsos, hipócritas, sem-vergonhas, mentirosos e por aí vai. Façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço. Discursos inflamados e “práticas impraticáveis”. Viagens filosóficas sobre o saber, o certo, o ideal, o pedagógico, o imperativo. Desastres no manejo com o ser humano. Tratando-os como coisas e não como pessoas que são.
Certo que usam aí o mecanismo da projeção. Lançam no outro toda sorte de traumas e complexos vindos de suas vidas. Seres de pouca resolutividade, pouca espiritualidade e quem sabe até, em alguns casos, pouco sexo.
Tudo isso faz com que o caldeirão ferva. De um lado alunos “marginais”. De outro professores “desiquilibrados”. De outro gestores “inoperantes”. Sistema “politiqueiro”. Resultado “desgraçado”.
SOS educação. Ou a operação inicia-se já, ou o navio à deriva pode afundar a qualquer momento.
O que fazer? Olhe para dentro de si e mude. Ou mudo eu e inicio o processo, ou não muda ninguém e fica cada vez pior...