Advogado
É a designação técnica de edificações e todos os acabamentos das vias públicas. São feitas em tese para atender a função útil de seu investimento, mas tornam-se valorizadas quando associadas a harmonização que atenda a algum perfil agradável e integrador ao ambiente. Revela qualidade de projeto, visão estética, equilíbrio em interação ao conjunto onde se localiza. Exemplos clássicos remetem a ponte Hercílio Luz em Florianópolis, a Ópera de Sidney, o Museu do Olho de Curitiba, os grandes complexos rodoviários de viadutos, dentre outros. A qualidade referida, entretanto, não é somente para grandes e verdadeiros monumentos. Os canteiros a beira ou no centro de avenidas, os parapeitos das pontes, a qualidade do piso em calçadas, o estilo de um simples poste de iluminação, enfim, o visual das obras públicas ou privadas revelam este diferencial.
MODELOS SIMPLES
Surgem esforços de melhorar ambientes públicos em nossa cidade, mas podem evidentemente merecer aperfeiçoamentos, simplesmente copiando de onde foram bem desenvolvidos. Sem entrar em detalhes legais, as travessias de pedestres adotadas em Balneário Camboriú humanizaram e embelezaram o trânsito e a cidade, mostrando que nossas “lombadas” não guardam nenhum padrão com um mínimo de lógica ou perfil técnico, ou, ainda, aspecto agradável, embora sejam melhores que as da cidade de Tijucas e Agudos do Sul. Os canteiros públicos de boa referência estão seguramente em cidades como Pato Branco, Curitiba e, curiosamente, na portuária Itajaí. Para o nosso centro da cidade, um esforço para tornar subterrânea as linhas de energia elétrica contribuiriam sobremaneira para a qualidade e segurança do ambiente, valorizando o pouco conhecido complexo arquitetônico de referência europeia.
FIO DE PRUMO E PAU DÁGUA
Ambos primitivos, mas comuns na construção civil. O primeiro, duas peças com dimensões sincronizadas ligadas por um barbante que se sujeitam a ação da gravidade, é um instrumento eficaz para balizar a verticalidade de uma edificação. O segundo, apelido bem humorado que os pedreiros dão ao nível, aquele instrumento com a bolha de ar num cilindro com barras de indicação da horizontalidade de um plano. Hoje substituídos por equipamentos eletrônicos e digitais, mas de idêntica utilidade e eficiência. Usando-os, no mesmo primitivismo de suas origens milenares desde antes da construção das pirâmides no Egito, evitariam a vergonhosa qualidade das obras da municipalidade em nossa ruas. É incrível a capacidade de fazer mal feito o ajuste dos bueiros ou tampas de inspeção da rede de esgoto em nossa ruas com o nível do asfalto.
E aquela valeta desconfortável que cruza a rua em frente a prefeitura?
CAOS PREVISTO
Nosso caótico trânsito. É assunto recorrente ligado aos problemas praticamente insolúveis e as pífias medidas paliativas que são adotadas em experiências amadorísticas. É impressionante como em alguns momentos e sobre temas que nos afetam a todos tendemos a acolher o caos anunciado. Ouso discordar. O que falta é planejamento técnico, profissional. Na forma de meus registros anteriores, algumas soluções existem e podem ser copiadas. Nova Iorque por exemplo. Quem já esteve lá ou pode constatar em filmes, uma das maiores cidades do mundo e com altíssimo padrão de vida e, claro, condição de cada um ter seu automóvel, possui trânsito tranquilo.
COPIANDO NY
E é fácil. A curto prazo, eliminar todas as vagas de estacionamento em via pública no centro da cidade, ampliando as vias para o fluxo de veículos em mais pistas. Assim só entrarão no centro os veículos que possuem estacionamento privado ou vagas pré-definidas. Para o pedestre e visitante objetivando vir ao centro, o transporte publico literalmente circularia de forma constante, passando por terminais que mantém ligação com áreas externas da cidade dotados de estacionamentos. Há a possibilidade de ser cobrado um pedágio no padrão antigo das rodovias federais, com um selo colado ao parabrisa para transitar e acessar o centro. Estímulos e condicionamento. A longo prazo, completar o sistema com anéis viários sucessivos e privilégio aos transporte coletivo, solução da grande Paris.