Vinícius Fendrich
Psicólogo
Educador
E quando menos esperamos, um vazio. Parece que algo não é e nem será preenchido. Um vácuo. Uma lacuna. Uma desagradável sensação de incompletude.
São os reflexos das ondas negativas em que estamos mergulhados. O nosso convívio com notícias ruins, onde morte e desgraça são a tônica ou roubos e falcatruas o destaque é tanto, que por vezes não percebemos que nos impregnamos, como esponjas, da craca e sujeira que inundam o planeta.
As pessoas são por demais egoístas. O eu em primeiro lugar. Inversão de valores. Discussões infrutíferas. O material se sobrepondo ao pessoal. Falta de sensibilidade, de perdão sincero e de gratidão espontânea.
Mas toda essa lamentação reside no fato de que o mundo está “nervoso”. As coisas estão de cabeça para baixo. Quando guerras matam multidões. Quando pessoas choram o sacrifício de inocentes por fanatismo religioso. Quando os escândalos no país passam dos milhões e vão aos bilhões e nada acontece. Ao não ser termos que engolir a cara cínica e esticada de uma presidente extremante “útil e competente”. Tudo fica fora de alcance e controle.
Uma presidente que diga-se de passagem já deveria ter erguido o pé por vergonha na cara, mas infelizmente não tem e seu fiel escudeiro nos bastidores, muito menos.
É preciso que em meio a tudo isso encontremos um modo de preencher o vazio. E ele só será substancioso se tomado por paz, carinho, afeto, ternura, amor. Os sentimentos nobres e elevados é que nos elevam também e nos permitem administrar delicadas situações.
Os níveis de suportabilidade dependerão de estrutura interior. A leveza do ser será sustentável ou insustentável, como diria Kundera, dependendo disso.
Vale à pena? Claro que sim. É preferível buscar, do que acomodar. E na busca encontramos tesouros, e compartilhamos, e enriquecemos e ao final nos preenchemos.
E o que era um vazio, tornou-se um manancial.