Dois em um

Ontem tivemos o que se chama literalmente dois em um. Duas datas embutidas em uma só. Dia dos namorados e abertura da copa do mundo.

Vamos a cada uma delas.

O dia dos namorados com seus dois vértices.

O lado romântico. Aquele que uma vez ao ano nos pede atenção maior aos relacionamentos. Afinal, não é fácil continuar e afinar proximidades. O estar junto de alguém não é só uma questão física. É um somatório onde o psíquico, o químico, o espiritual e toda uma gama de energias se alinham para propiciar continuidade promissora.

É o dia do amor poetizado. E tão definido, apesar de um tanto quanto indefinível, digamos assim.

Já outro lado é o comercial. Dia de encher os caixas das floriculturas, lojas de cartões, bichinhos de pelúcia e chocolates. Perfumes. Roupas íntimas e por ai vai.

O que se quer é dizer eu te amo e, em especial eu te amo por força de uma data cravada para tal.

Já a copa traz o brilho de sua abertura. O calor de sua torcida. Magia. Força.  Emoção.

O mundo se volta ao futebol.  O Brasil entra em delírio. É momento de sonho. Fantasia. Distração. Busca de algo um pouco melhor em meio a tantas dificuldades e provações.

Novamente os dois vértices.

Um fala do futebol enquanto encanto para o povo. Uma tradição vinda de pessoas simples que jogavam por amor à pátria e a camisa. Um esporte que fascina por parecer uma dança de conquista entre cavalarias distintas.

Outro mostra a sórdida política dos bastidores. Corrupção. Desvios. Resultados duvidosos. Politicagem no esporte. No país. Nas agremiações. Partidos políticos envolvidos em armações milionárias. Uns  almejando vitória na copa e reeleição nas urnas. Outros, derrota no futebol e conquista do poder  em outubro.

Pelo sim ou pelo não, um bando de abutres em busca de carniça.

Pelo sim ou pelo não, um povo servindo de cobaia.

Pelo sim ou pelo não, um PT sendo a maior farsa vista na história. O partido do “ faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.”

Pelo sim ou pelo não, o dia dos namorados passou. A copa vai passar. As dívidas vão ficar. As eleições vão chegar. Iremos votar.  Só precisamos, mais do que nunca,  pensar e repensar...