Vinícius Fendrich
Psicólogo
Educador
Recentemente estive em uma missa de corpo presente. Considerei profundas e tocantes as palavras do pregador.
Refletiu sobre a rapidez com que passa a vida. Fazemos aniversários e comemoramos. 01 ano, 05, 10, 18, 20, 30, 50, 70. De repente percebemos que não há mais muito tempo pela frente para comemorar.
Ocupamos nossa existência com conquistar. Imóveis, carros, dinheiro, jóias, títulos, viagens...
E um dia somos convidados a uma viagem diferente. Uma voz suave nos avisa que partiremos sem volta. A mala? Deve ser uma e pequena. Não cabem itens de ordem material. Ou seja, não cabe o vil metal. Só é preciso dobrar dentro dela o bem feito e a bondade semeada. O resto fica e os mortos enterram os mortos.
Então iremos para um lugar até o momento desconhecido, que em nossa fé chamamos casa do Pai. Dizem que lá são muitas as moradas.
Tal sermão levou-me a analisar dias sua leveza e expressão nítida da verdade.
Sabemos de tudo isso e não nos adaptamos, com raras exceções, a esta realidade.
Se é certo, porque a insistência em caminhos tortuosos?
Será possível ao homem tanta teimosia, ignorância e falta de visão?
Acho que tudo passa pelo apego a matéria e o medo da libertação. Somos inseguros e tememos aventuras muito promissoras como é a vida eterna.
Que nossa fé nos leve ao cultivo cada vez maior do preparo para a viagem já marcada. Todos irão, o bilhete já está nas mãos do Senhor.
Por que? Aqui viemos para um passeio. Lá é o lugar onde fixaremos nossa residência. Simples assim. Que bom, pelo menos isso o homem precisa admitir, seu tempo terreno tem começo, meio e fim. Por mais que relute, irá, queira ou não. É aí que somos todos iguais.
E assim, nos despedimos da querida Irmã Heloísa, Congregação da Divina Providência, em Curitiba, PR. Acompanhamos seu corpo até a última morada terrena. Tristes pelo adeus temporário, cheios de boas lembranças, nos afastamos na certeza de que ela honrou compromissos e cumpriu dignamente sua missão.
Descanse em paz...