Vinícius Fendrich
Psicólogo
Educador
A evolução dos tempos nos conduziu à esferas que não imaginávamos. Globalização oriunda da informatização, fez com que o mundo esteja frente aos nossos olhos em tempo real e tudo, ou quase tudo, passa a ser de domínio público.
Os filhos de hoje consideram isso normal e corriqueiro. São educados na corrida, na pressa, na competição e no acionamento de botões. Os antigos acham uma grande confusão e opinam que os reais valores estão se perdendo. Os que ficam pelo meio, como no nosso caso, são os mais prejudicados e ao mesmo tempo auxiliados.
Prejudicados por lutarmos constantemente para acompanhar tanta mudança, em efeito cascata, diuturnamente. Auxiliados por ainda podermos usufruir dos benefícios de facilidades oriundas daí.
Não obstante, existem também os vértices de crueldade e destruição, exclusividade da era tecnológica e do mundo virtual.
Mas o que nos chama atenção são as tribos humanas que se formaram e aparecem a cada instante. São verdadeiras ilhas, onde pensamentos e filosofias formam o regimento, o estatuto do conjunto em questão.
São internautas, são feministas, são neonazistas, são surfistas, são grafiteiros, são homofóbicos, são grupos LGBTs, são grupos anti-drogas, são grupos de usuários de drogas, são facções terroristas, são associações beneficentes, são ONGs, são facções políticas, são grupos raciais, são grupos religiosos. São, são e são. E serão sempre. E cada vez mais.
Fruto de uma seleção, não sabemos se certa ou errada, vinda de tantas opções, contatos e interação via satélite.
Eis aí o caminho sem volta. O futuro ainda nem está perto do que promete. Quantas conquistas não chegaram por enquanto ao nosso conhecimento. O mundo dividido em tribos aponta para divisões maiores.
Que providências tomar? Atenções redobradas à tudo e todos. Manutenção de uma identidade única e ímpar, não contaminada por regras que ocultam interesses duvidosos. Acompanhar a evolução separando o joio do trigo. Filtrar, respeitando tais tribos e suas bandeiras. Se concordo, apoio. Se sou indiferente, convivo. Se sou contra, opino com base no inviolável pressuposto dos direitos e deveres.
No mais, manter o equilíbrio espiritual. Acreditar num Ser maior que rege o universo e Nele depositar fé. Pois sem uma premissa superior, não demora para que o imperfeito homem queira se julgar Deus.
E este seria o início do fim...