Vinícius Fendrich
Psicólogo
Educador
Questionável democracia
Já disse, digo e repito, vivemos numa pseudodemocracia. País livre não obriga ninguém a votar. Tal atitude já demonstra enrustida tendência à ditadura.
Se fôssemos uma nação com índices elevados de educação e cultura, gerenciaríamos de forma diferente o processo eleitoral. Como vivemos em terras ainda habitadas por “coronéis” e “senhores de engenho”, donos do poder e do dinheiro, que corrompe, compra e prostitui, é por aí que nos obrigamos a caminhar.
Domingo próximo vindouro é o dia da dita liberdade obrigatória.
Não votar mostra um descaso para com o pleito e os destinos de uma comunidade, apesar de que a multa é insignificante e punições temíveis não existem.
Um homem de caráter vota. Vai ao encontro de alternativas, mesmo para dizer um dia não ter compactuado com os que no comando estão.
Não se deve votar em branco, sempre favoreceremos alguém, e este alguém pode ser mais um idiota em questão.
Votar nulo, já fui contra. Hoje acho que é a resposta dos que se indignam em ter que engolir, contra vontade, uma legião de ruins e péssimos.
Mas creio que o próximo do aceitável, frente ao cenário “fuleiro” que temos, é gravar na urna nosso registro. Que seja o menos ruim possível.
Afinal, uma pessoa não é escolhida por ela apenas. Traz de carona vices e penduricalhos, que por vezes nos assustam e, pior ainda, enojam.
E as coligações? As famosas orgias envolvendo prostituição de quinta categoria? Fazer o quê? Apenas lamentar e intencionar diminuir o estrago.
Candidatos? Temos desde as ótimas pessoas até as da mais baixa estirpe. Mas vale lembrar que de ótimas pessoas o inferno está repleto.
Hoje o problema maior é que não se exige do político, ou do que pretende ser um, nível de instrução, conhecimento, formação, antepassados plausíveis, vida digna, fidelidade ao menos para com o cônjuge, nada. Qualquer imbecil pode se arvorar a interferir nos destinos de nossa São Bento do Sul.
Chega de churumelas. Vamos lá. Vamos votar. É hora de fazer com que o escolhido para prefeito, vice ou vereador, tenha patamares mínimos de credibilidade e bom senso. Um pouco de história e afeto para com a cidade. Não seja, como tantos, um pé rapado precisando do salário. Não seja sem vergonha, desonesto e promíscuo.
Vamos tentar, como bem se diz na Turquia, extrair o melhor do pior.
No mais, que Deus salve à Rainha. Que São Bento nos abençoe. Que Jesus nos abaforege.
Boa eleição? Não. Para todos, boa sorte... E que vença o melhor? Não. Que seja o com menos chances de ser corrompido muito além da conta...