Vinícius Fendrich
Psicólogo
Educador
Época de muita alegria a atual. Um clima de forçada educação é sentido no ar. Sorrisos, tapinhas nas costas, abanos, buzinadas de saudação. Cumprimentos, abraços, beijos. Festinhas, comes e bebes. “Êita” coisa boa e ao mesmo tempo hipócrita, fruto de um período com muita propaganda enganosa, chamado eleitoral.
E as pessoas boas? Todo mundo é bom até que se prove o contrário. E, vamos combinar, da amostragem que está solta por aí, quantos já provaram a que vieram, nada. Exceto falar muito, objetivando trabalhar pouco e ganhar exageradamente.
Existem os que se salvam? Claro que sim. É por isso que precisamos analisar um a um e tentar a menor margem de erro no voto. Tarefa quase impossível.
Os que não estão querem entrar a qualquer preço. Os que estão não querem largar. Os mandatários maiores reclamam da enorme responsabilidade de comandar municípios. Primeiro: já sabiam disso quando embarcaram no bonde. Segundo: se é tão desgastante assim, por que não arredam o pé?
Dessa forma, devemos aceitar os famosos “santinhos” com as propostas de todos. Desde os que prometem o céu, que sabemos não existir no caso da política, até o inferno – este eles conhecem, e bem. Monte em sua casa um grande painel, bem grande, pois são quase duzentos vereadores, fora os candidatos a prefeito e vice. Quando chegada a hora, certamente poucos nos servirão de opção.
Não interessa se você conhece deles suas raízes ou não, surpresas boas e ruins vêm de ambos. E quando de quem acreditávamos, o negativo decepciona além. Esqueça siglas, pois eles próprios se prostituem, ignorando ideologias partidárias. Esqueça promessas, são hábeis na arte da mentira. Esqueça histórico das famílias, conheço muitas que eram quase boas, hoje querendo ser honestas.
Sobra o quê? Ou você chuta o balde, mandando todos para aquele lugar, ou você tenta intuir quem ainda possui dignidade, a ponto de não ser comprado ou denegrido em pelo menos quatro anos. Daí em diante, boa sorte. Vá em frente. Pode tanto dar certo, como não. É um risco que nos sujeitamos a correr.
No mais, vítimas, fantoches e palhaços, no processo eleitoral como se encontra, somos nós.
No país deveriam ser proibidos “partidinhos” com menos de determinado número de filiados, úteis para locação e aluguel. Proibidas as coligações partidárias, mais conhecidas como zonas de meretrício. Proibida a reeleição, fábrica de alimento para perigosos vícios.
Deveria, sim, nos ser dada a liberdade de votar, para que esta falsa democracia, não interessando ser moralizada, ao menos pudesse ser merecidamente desprezada.