Sinais

Como diz a música, “...tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais...”.

Até então, pouco discurso coerente, como de costume e muito “diz-que-me-diz-que”. Nada de novidade. A política, especialmente em nossa província, sempre foi de negociações silenciosas nos bastidores. Manda quem pode e obedece quem tem juízo. Manda quem tem dinheiro e obedece quem se excita com ele. A exemplo da novela “Gabriela”, sucesso global, mandam os coronéis e obedecem, se divertindo, sentindo prazer, com vida fácil, sem nada  lhes faltar, as meninas do “Bataclã”.

Após tomadas as decisões das forças ocultas, das eminências pardas, dos sepulcros caiados, é hora do desfile, na passarela, de artigos arrematados em leilão. Tem para todos os gostos e todos os tipos. Coligações que nem o diabo teria coragem de fazer, mas as nossas celebridades têm.

Engalfinham-se a partir daí. Alguns dizendo ser os donos eternos do poder. Outros já foram e o querem novamente. Existem os que têm aí seu sonho de consumo. Negociam com os que abrem ou fecham portas, pois divulgam possuir chaves e cadeados de Brasília. Barganham com os que liberam ou não, pois intitulam-se sócios-proprietários, o acesso às pontes de Florianópolis. Donos de bairros. Sitiam localidades. Dominam como ninguém regiões centrais ou interioranas.

E reúnem-se para uma grande gincana os “reis da cocada preta”. Que vença não o melhor, mas sim o mais esperto, mais rápido na lábia, mais ágil na negociata.

Os sinais estão evidentes. Amantes separados. Inimigos dormindo na mesma cama. Uma mistura de lobos, carneiros, raposas, galinhas, enfim, uma “zona” que só na nojenta política brasileira pode ser observada.

O eleitor faz papel de mero detalhe. É um mal necessário, porém facilmente manipulável. Ainda bem que nem todos. Vão desde os palhaços, passando pelos ordinários, até os conscientizados políticos.

Isso é só o começo. Muito ainda está por vir, nos assustar, nos indignar, nos revoltar, nos envergonhar.

Fiquemos atentos aos tais sinais. São inúmeros e de toda ordem. Aproveitemos também período tão cômico para nos deleitar em verdadeiros frouxos de risos.

Afinal, nada é mais engraçado do que rotos falando de amassados.