Vinícius Fendrich
Psicólogo
Educador
Quando organizamos uma festa os preparativos são fundamentais. Todo o planejamento e a posterior execução é que servirão de pauta para o êxito de nossa ação.
Estamos na época de páscoa. Se o foco das prioridades não estiver fixado em presentes, chocolates, ovos coloridos, cestas e coelhos, o verdadeiro sentido da data pode ser clariscado.
A ocasião nos reporta a um período que a antecede, chamado quaresma. Aqui devemos inclinar nossas cabeças. Lembrar que trata-se do caminho percorrido por Cristo, quarenta dias antes de sua condenação inocente e morte injusta.
Foram momentos de angústia, dúvidas, medo e dor. Sentidos por um, até então, homem “comum”. Sua caminhada simbólica fala de um solitário no deserto.
Chegam os dias de enfrentamento, perseguições, traições, despedidas e morte de cruz.
Para, daí sim, envolto em luz e glória, ressuscitar ao terceiro dia, domingo de Páscoa.
Façamos do que ainda falta para o dia esperado, um replanejamento interior. Atentos para nosso eu, sejamos, de alguma forma, melhores para o outro. Abramos mão de tanto egoísmo, comum aos mortais.
E tentemos olhar a vida com olhos que compreendem que estamos apenas participando de uma viagem. Em algum lugar iremos desembarcar. Não sabemos quando e onde. Então, que na hora certa estejamos preparados. Na bagagem o bem distribuído e a satisfação de termos jogado fora o peso desnecessário da mágoa, do rancor e do ressentimento.
Nos empenhemos nisso, um esforço para que na páscoa possamos estar mais leves, mais soltos, mais livres e principalmente em paz. Se possível, com tudo, com todos e com a nossa própria consciência.