Dr. José Kormann (Histórias da História)
Historiador
Oxford perde, Brusque ganha
É isso mesmo: Oxford perde – e muito – e Brusque ganha de montão. Nem é prata, mas é ouro que sai de Oxford e vai a Brusque. Para substituir o ouro que sai, um diamante deveria chegar, pois quando há troca, é para progredir e esse progredir deveria sempre ser a troca para algo de bem melhor, um diamante, no caso: pois a simples troca por troca é sempre perder. Tenho medo de que esse diamante não venha nos beneficiar, mas rezo para que isso aconteça, para o bem de todos os oxfordianos e de São Bento do Sul como um todo. É a roda da vida que gira, mas que deveria girar para um sempre melhor e que esse melhor, senão para nós, que seja pelo menos para o padre Jair. Ele bem o merece, pois que em tão pouco tempo tanto de bem ele fez pela Paróquia de Nossa Senhora Aparecida e São Cristóvão.
Algo de sua história
O padre Jair da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, mais conhecidos como padres dehonianos, é natural de Minas Gerais e nasceu no dia 29 de agosto de 1953, no município de Formiga, onde fez seus primeiros anos escolares, terminou o Ensino Médio no Município mineiro de Lavras, no Seminário dos Padres de sua Congregação. Fez o Noviciado em Barra do Rio Cerro, em Jaraguá do Sul. Professou seus primeiros votos no dia 2 de fevereiro de 1972. Depois cursou Filosofia na Faculdade de Estudos Sociais de Brusque, para concluir sua formação curricular religiosa cursando Teologia no Instituto Teológico de Taubaté em São Paulo. Como padre, trabalhou em Cianorte, no Paraná, na igreja da Penha no Rio de Janeiro; em Joinville; em São José dos Campos; em São Paulo; em Curitiba; no Santuário São Judas Tadeu, em São Paulo; em Canasvieiras, em Florianópolis. Depois foi transferido para Oxford, em São Bento do Sul, e agora vai tomar posse como pároco da grande igreja de Brusque. No dia 29 de janeiro de 2012, às 19:00, o povo de Oxford vai fazer uma excursão para prestigiar a solenidade, lá em Brusque. De Oxford se despede dia 11 de dezembro, às 9:30.
O que fala o povo
O povo está realmente triste e apreensivo. Um evangélico de confissão luterana comentou: “Só um ano e dez meses e tanto bem ele já fez, imagine se o deixassem pelo menos o dobro do tempo”. Outros dizem: “Vamos perder muito com sua saída”. Certo dia, à noite, encontrei, após a missa, alguns colegas de Rio Negrinho, que me disseram: “Viemos de lá até aqui porque esse padre faz missas muito lindas e a emoção ajuda na devoção”. Entre tantas coisas boas cito o Dia Devocional a Nossa Senhora Aparecida, cada dia 12 do mês, que começou com apenas sete pessoas na igreja e agora a igreja estava sempre lotada. As missas com pouca gente terminaram. A igreja está sempre repleta e a verve religiosa se estende a todas as capelas. Há medo de que possa haver um esfriamento com a saída do padre Jair porque nesse caso é o que Cristo diz: “O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. Quando falta um bom pastor as ovelhas facilmente se dispersam.
E agora?
Os dehonianos saem. Padre Pedro também se vai, mas fica mais perto – no centro de São Bento do Sul. Saem dois e vem um. Será difícil para uma paróquia tão grande. O padre que vem é secular, ou seja, um padre diocesano. Daqueles que não fazem os três votos religiosos: obediência, pobreza e castidade. Castidade eles devem manter porque padre não casa. Obediência eles devem ter para com o bispo. Bens materiais particulares eles podem ter. Que seja bem vindo o novo padre e aqui seja feliz, fazendo o povo também feliz na qualidade profunda de ser bom cristão na felicidade de Cristo.
Ao douto gaúcho padre Pedro Brentano, scj, desejamos felicidade. Que sua sabedoria brilhe iluminando em novos caminhos os passos de tanta gente que precisa de mais luz.