Dr. José Kormann (Histórias da História)
Historiador
É, aí vem de tudo
Vem: história = fato sem maior importância; História = ciência; estória = invencionices; lenda = realidade mais, imaginação; Ciência = tudo provado; Política = teoria e prática administrativa.
As reformas que o Brasil não quer – 1
O grandíssimo problema do Brasil é que ele tem um Governo que não mais se consegue governar. Virou um monstro autofágico. Isto é, a si próprio se devora e com ele devora seu povo. É com isso que devemos acabar tornando-o de máximo para mínimo e de ineficiente para uma completa eficiente prontidão. Para que existe o Senado Federal? Para igualar os estados perante a desigualdade deles na Câmara dos Deputados. Ora, então vamos fechar o Senado e igualar os deputados federais por estados, como, por exemplo, dez para cada um deles. Pois, não são os estados iguais perante a lei? Quanta economia de dinheiro e muito maior agilidade no desempenho. Muitas reformas se poderiam fazer. Mas quem as quer?
Corrupção, todos a querem; mas não para os outros
Num curso para vereadores – Oh! Que bela máquina de lindos passeios, de diárias nos bolsos e, de corrupção – uma vereadora paranaense abriu a boca contra a corrupção lá de Brasília, e foi muito aplaudida. Isso foi lá em Joinville, há anos atrás. Dia seguinte na hora de iniciar, poucos vereadores lá estavam e a dita cuja já lá estava com sua verborreia anticorruptiva. Mas, de repente ela interrompeu sua fala e pediu as listas de presenças dizendo que as precisava assinar, pois o Barco Príncipe já ia sair e ela queria acompanhar o belo passeio pela Baía de Babitonga. É isso: corrupção para os outros não, mas se forma para mim, então sim. Não sei quem, mas alguém disse: “Esta na hora de cada brasileiro criar vergonha na cara”.
A estória da onça malvada
A onça procurava um bicho para devorar. Viu um lindo cachorro, mas experto. Aproximou-se e perguntou onde ele mora. Ele disse que mora com gente. A onça que nunca viu gente, mas ouviu falar que essa gente é perigosa e queria lutar para ver quem é mais valente. Foram até a beira da estrada. Veio uma menina. Mas o cachorro disse que isso ainda não é gente. Veio um velho mancando e o cachorro disse que isso já foi gente. Veio um caçador com espingarda dupla e facão na cinta. O cachorro disse que isso é gente. A onça pulou para o meio da estrada. Levou dois tiros e foi muito machucada a golpes de facão e pouco depois morreu. O cachorro sorrindo disse, de si para si: a malvada queria me matar, mas fui mais esperto e bem experto.
A lenda do índio Mâni
A filha de um cacique apareceu grávida. O pai a quis matar, pois ela dizia que o filho não era de ninguém. Um piaga disse ao cacique que este filho era de Tupã e que vinha para o bem todos. Nasceu um menino ao qual deram o nome de Mâni. Mâni nunca casou. Um dia ele reuniu a tribo e disse que chegou a hora. Ele devia morrer por todos. Choraram e pediram que não, mas ele deitou-se e deu ordem aos fortes que o arrastassem até morrer. Morto o enterraram numa oca. Sobre sua sepultura nasceu uma planta estranha. Cavaram em encontraram grossas raízes que comeram e se sentiram muito fortes. Reproduziram essa planta em grande quantidade. Quem dela não comia, morria. Diziam que era o corpo do Mâni da oca, ou seja, a mandioca.
As reformas que o Brasil não quer – 2
O Secretário de Estado de Santa Catarina, Carlos Virmond, disse recentemente: “Santa Catarina não deve viver na sombra dos grandes estados”. No Brasil é assim: os estados que mais têm deputados federais conseguem mais fácil as coisas do que aqueles que têm menos. E ainda têm eles a desvantagem regional por intermédio do número de senadores. A Região Sul só tem nove senadores e Região Nordeste tem 27. É só um exemplo. Releia o item As reformas que o Brasil não quer – 1. Santa Catarina é um dos estados brasileiros que mais se tem destacado quanto a seu progresso, ordem e constante e profícua atividade. Contudo sempre tem sofrido quanto ao retorno de benefícios federais. Cadê a lei da igualdade.