Dr. José Kormann (Histórias da História)
Historiador
É, aí vem de tudo
Vem: história = fato sem maior importância; História = ciência; estória = invencionices; lenda = realidade com imaginação; Ciência = tudo provado; Política = teoria e prática administrativa.
Um caso de verdadeiro amor ao próximo
Isso aconteceu em Milão, Itália, no decurso da segunda metade do século XVI. A linda cidade estava em grande festa. Lá se fazia presente extraordinário número de nobres, o príncipe, o governador e muitas altas e ilustres figuras que encantavam o povo miúdo. Músicas, folguedos, danças e todos os mais variados, lindos e inocentes divertimentos; mas de repente a terrível e retumbante notícia: em Milão foi descoberto um foco da terrível e mortífera Peste Negra. Todos da alta sociedade fugiram, mas o bispo, parente próximo do papa e de muitas importantes personalidades da época, estava fora e imediatamente voltou e com o clero e religiosos tudo organizou e salvou: pondo sua vida em perigo. Hoje, São Carlos Borromeu.
E põe tatu gigante nisso
Tantas vezes se quer ensinar besteiras por aí. Até mesmo em lugares e por pessoas que teriam a grave responsabilidade de tal jamais fazer. Houve por regiões do sul do Brasil uma população de povos primitivos que em lugares apropriados escavavam furnas para lá morar. As entradas eram tão pequenas que só rastejando ali se consegue entrar, mas dentro, pessoas de até altura superior podem normalmente andar. No interior de várias dessas cavernas foram encontrados objetos esculturais de povos primitivos. Mas um dito, cheio de “profunda sabença”, fez seus pupilos de curso superior acreditar que isso são buracos de tatus gigantes. Interessante: tatu gigante que faz entradas tão minúsculas e como ele ali passaria. Acorda!
Não foi bom, mas quiser bom: valeu
Monges muito sábios e santos dividiam seus dias em quatro partes iguais: seis horas para rezar, seis horas para trabalhar, seis horas para estudar e seis horas para descansar. Entre eles havia um que nunca conseguia acordar à hora certa. Inventou uma máquina que lhe dava uma paulada para acordá-lo, mas acabava não acordando. Melhorou a máquina que após a paulada jogava água fria, mas mesmo assim nada adiantou. Foi inventando novas engenhocas, querendo acordar, mas o que de nada servia. Certo dia não mais apareceu para rezar, para trabalhar e para estudar. Arrombaram a cela, e, no meio de seus inventos, estava morto. E todos entenderam: Mais do que ser bom, vale luta por ser bom e Deus faz o resto.
Ressuscitou um cachorro
Dos inúmeros milagres citados na história religiosa creio que seja o único da ressurreição de um cachorro. É um fato do santo São Martinho, filho de uma mulata seduzida e depois abandonada. Em tenra idade teve que trabalhar. Em Lima, Peru, entrou num convento onde trabalhou como enfermeiro. Foi de uma ternura sem igual para com os animais. Certo dia um irmão da Ordem matou um cão velho e sarnento. Com nó na garganta e lágrimas nos olhos ressuscitou o animal completamente curado. Houve assim muitos casos de milagres com animais. Se assim era com os animais, imagine com os seres humanos. São Francisco de Assis é homenageado como patrono do meio-ambiente, São Martinho também o deveria ser.
A heroica Marlete
O nome completo dela é Marlete Lourenço de Barros. Natural de Toledo, lá do Paraná. Infância e juventude sofrida por problemas causados por seu pai. Casou, mas também no casamento foi infeliz e separou-se, mas sozinha criou, e muito bem, as suas filhas. Quis que sua mãe tivesse uma casa própria, somente sua. Para conseguir isso trabalhou como servente de pedreiro na construção de um conjunto habitacional. Com a separação de seus pais, o pai foi morar em Rondônia, mas quando Marlete soube que lá ele estava velho e doente ali o foi procurar e o trouxe de volta a Toledo e dele cuidou. Depois, para melhor cuidar de suas filhas veio com elas a São Bento do Sul. Com dupla jornada de trabalho, sempre alegre, vive bem.