Dr. José Kormann (Histórias da História)
Historiador
É, aí vem de tudo...
Vem: História = ciência; história = fato sem maior importância; estória = invencionices; lenda = tradição popular; Ciência = tudo provado; Política = teoria e prática administrativa.
A verdadeira democracia
Já que a democracia atual, especialmente no Brasil, virou plutocracia: governo dos ricos; ou, em muitos casos, demagogia: maneira de iludir o povo; ou ainda cleptocracia: governo dos ladrões; vamos esclarecer o que seria a verdadeira Democracia: governo do povo, pelo povo e para o povo. Como quase sempre acontece um verdadeiro e grande distanciamento entre o povo e o governo, só há dois meios de implantar-se uma Democracia: 1º Fazer com que o povo deixe de ser massa de manobra do dinheiro abundante que consegue os votos, o que só será possível por total, completa e clara conscientização; 2º Que os partidos políticos não se vendam por cargos, façam o meio de campo e sejam o forte elo entre o povo e o governo.
Educar corretamente
Faltam, nos dias atuais, disciplina, severidade e bondade. Há uma oração que diz: “Castigai-me, Senhor, mas sem ira”. Um assaltante, em São Paulo, que foi até bem tratado pelo assaltado, após lhe tirar todo dinheiro, ainda disse, antes de dar a facada com a qual o quis matar: “Cala boca, seu burro, não sou teu amigo. Essa é minha profissão”. Não precisamos falar. Os meios de comunicação divulgam e mostram isso todos os dias. É a nova geração que aumenta num crescendo avassalador. São pessoas sem consciência nenhuma; sem dó de ninguém; sem afeto, pois seus sentimentos já morreram todos. Eles não têm mais pena nem de si próprios. Neles o amor já morreu e sem este não há, para eles, mais nada a perder, é agir, agir e agir.
E o cavalinho virou lenda...
Alguns pioneiros se fixaram no Alto Vale do Rio Negro. Um deles havia trazido a estátua de um cavalinho feita de ouro puro. Este cavalinho foi oferecido como troféu numa corrida de cavalos, mas um ladrão o roubou. Perseguido pelas matas de então e chumbeado de grosso calibre, ele rolou por uma ribanceira. Quando o acharam, ele ainda murmurou, sorrindo: - Este cavalinho não vai ser meu, mas de vocês também não e, morreu. Nunca mais ninguém o encontrou. Um menino até já morreu ao procura-lo socavando grande pedra que rolou. Muitos já o viram pastando nas noites de lua cheia. Alguém disse que o pegou, mas ele escapou. Dizem que quem o vê terá muita sorte na vida. Certamente é uma lenda que vai ficar.
Bondade cabocla
Naqueles primeiros tempos na vida muito dura dos imigrantes alemães, polacos ou italianos, quando uma visita se aproximava em hora próxima de refeição ou bem na hora exata de ela acontecer, ligeiro guardavam a comida melhor para assim não servi-la aos visitantes. Bem ao contrário, o caboclo pedia que os filhos saíssem da mesa e deixassem primeiro a visita comer e o que sobrava era da família hospedeira. Há relatos escritos pelos imigrantes, e vários, da bondade do caboclo brasileiro. Alguns deles falam de sua extraordinária hospitalidade, dizendo que, se um caboclo não te oferecer algo melhor, é porque ele realmente não o tem, pois o que de melhor ele tem, ele te oferece. E foi o que várias e várias vezes foi comprovado.
Civilização da Carência e Civilização da Fartura
Realmente elas existem. Está muito bem comprovado. Quem pela primeira vez ouve esta definição, geralmente se engana quanto a sua classificação. A Civilização da Fartura geralmente originou os mais humildes, os pobres, de hoje. A Civilização da Carência originou os economicamente mais bem dotados da atualidade. É uma questão de carga ideológica no subconsciente coletivo das pessoas que perdura, às vezes, por séculos a fora. Os da Civilização da Carência viveram por séculos e séculos em regiões inóspitas em que o subconsciente foi carregado de: ou você se organiza, economiza e se torna previdente ou você desaparece. Mas os da Civilização da Fartura não precisaram nada disso. Para eles isso tudo era bobagem.