Prata da Casa - Inez Elizete Joeller

Muita luta

Luta é a lei da vida. Viver é lutar. Gonçalves Dias, o grande poeta maranhense, diria: “A vida é combate; que os fracos abate; que os fortes, os bravos, só pode exaltar”. Devemos ser, hoje, melhor do que ontem e amanhã melhor do que hoje. Assim foi e assim é a vida de Inez. Em sua vida, ainda não tão longa, interligou as cidades de Corbélia, Joinville,  Florianópolis, Curitiba e São Bento do Sul por diversas vezes – agora parece que definitivamente.

Estudos

Com três anos de idade foi com seus pais, Orlando Joeller e Malmina Eckel Joeller, morar em Joinville. Aos sete anos veio com eles a São Bento do Sul. Foram morar na Vila Centenário, onde frequentou as aulas na escola Carlos Zipperer Sobrinho. Depois estudou na escola marista São Bento, para fazer o Ensino Médio, magistério, na escola Roberto Grant. Foi professora em São Bento do Sul, na Escola Henrique Schwarz, por cinco anos – começou nessa atividade aos quinze anos. Casou, mas não deu certo. Largou tudo e foi a Florianópolis estudar e trabalhar - lá, chegou a desfilar na comissão de frente da Escola de Samba Consulado. Mas por causa da filha, voltou a São Bento do Sul.

Amor aos pais

Seus pais, Orlando e Malmina, já falecidos, eram muito bons e sempre a atraíam para o lar. O pai a estimulava muito para o progresso nos estudos. Ela gostava de conversar com ele. Ele possuía bons pensamentos, gostava de política e tudo que fosse para o bem de todos e gostava de ver essas qualidades em sua filha. Ela, em muito, é a fruta que não caiu longe do pé. Oxalá que nessa crise familiar mais pais assim aparecessem.

O amor familiar fala mais alto

Diz ela que a vida, muitas vezes, nos surpreende. “Quantas vezes eu estava no fundo do poço, mas sempre tive fé e esperança e, aos poucos, fui realizando meus sonhos. Fiz entrevista para trabalhar no jornal ‘O Estado do Ceará’, lá em Fortaleza. Fui até Brasília para fazer um estágio nos palácios com as autoridades de lá, mas a saudade da filha e dos pais me fez desistir de tudo e voltar para casa, perdendo, talvez, uma grande oportunidade na vida”.

Em Curitiba

Com cara e coragem ela foi a Curitiba. De lá era mais fácil voltar e visitar os pais e a filha. Em São Bento do Sul não era tão simples conseguir melhorar de vida. Era uma cidade muito provinciana, e parcialmente ainda é, para que qualquer um pudesse subir na vida. Em Curitiba ela começou a vender publicidade para a Rádio FM Caiobá e vendia café nos diversos escritórios de alguns prédios. Depois ela passou a vender imóveis. Com isso ganhou muito dinheiro. Ela chegou a vender, em média, quatro lotes por dia e, certo dia, vendeu, de uma só vez, cinco apartamentos. Mas veio o Plano Cruzado, que estragou tudo. Passou, então, a trabalhar para a União dos Comerciantes e Industriais Autônomos durante a noite, uma sim e outra não, e de dia ela era gerente na loja Yoko Fashion. Surgiu nova relação amorosa frustrada - e mais uma filha. Voltou a São Bento do Sul e fez faculdade de Pedagogia.

Vila Pilz – Capelinha

Hoje ela é professora, teatróloga – com destaque para as peças “Galera do Esgoto”, para o Samae, e “Preservando a Natureza” para as crianças da escola Educação Infantil Sonho Meu –, é líder comunitária na Vila Pilz, onde, com sua amiga Dolores Roseli Zerbien, fundou a Associação de Moradores da Vila Pilz – Capelinha, que já tem sua sede, e quase tudo foi feito por conta própria. Ela também conseguiu um ponto de ônibus com o devido abrigo em frente à Escola Ilona Tschoeke, tubulação e ainda quer uma área de lazer para o seu bairro. Ali tem aulas de caratê, artesanatos e vai agora um projeto para a área federal pedindo verbas.