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José Kormann, Dr. (Histórias da História)


Dr. José Kormann (Histórias da História)

Historiador


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Prata da Casa - Elvira Wünsch

Segunda, 21 de novembro de 2011

Por que sofrer tanto?

Há mistérios que só a Deus pertencem. Ele sabe e só quer o nosso Bem e faz tudo para o nosso Bem. Elvira sofreu muito, mas por entre essas dores ela teve seus momentos de profunda felicidade e tudo ela usou para só fazer o bem aos outros, sem nada esperar para si própria e sem nunca olhar a quem fez e faz esse bem. Talvez que, por seu enorme sofrer, ela saiba o que é sofrer e assim tenha grande pena da dor dos outros e acabe por esquecer-se de si própria. Ela atende mensalmente mais de 100 pessoas em sua residência e ainda visita lares de pessoas acamadas. É Coordenadora Comarcal da Pastoral da Saúde.

 

Um dos poucos momentos felizes

Quando muito pequena, de um a dois meses de idade, os pais a levaram para que os avós maternos a criassem e foi o que foi feito com todo amor e carinho. Lá ela ficou naquele ninho de amor até a idade em que seu pai se lembrou que ele tinha uma filha que agora poderia ajudá-lo no trabalho da roça e a cuidar de seus catorze irmãos. Através do Poder Judiciário ele conseguiu o direito de reaver sua filha, agora com apenas 7 anos de idade. Com força policial ela foi arrancada dos braços de sua avó que ela chamava de mãe, rasgando-lhe o vestido de tanto que se segurava nas roupas dela. Mas foi levada a força policial.

 

Troquei o céu pelo inferno

Esta frase deste subtítulo é dela. Com as lágrimas a escorrer-lhe pelas faces ela o confessa. Trabalhou na roça até os 22 anos de idade. Quando ela estava com os avós, conheceu freiras e quis também seguir a vida religiosa. Aos 13 anos de idade, no hospital, encontrou freiras e contou-lhes que ela também gostaria de seguir a vida religiosa. As freiras foram até sua casa, mas o pai, além de não deixá-la ir, no que as freiras saíram, bateu nela violentamente sem coração e sem um pingo de sentimento. As mesmas batidas ele aplicava, com facilidade e por qualquer motivo, em sua esposa na frente de seus filhos. Assim se foi sua vida dos 7 aos 22 anos de idade, trabalhando na roça sob as ordens arbitrárias de seu pai, a fraqueza de sua mãe e com sua irmandade tantas vezes também embrutecida. Diz ela que o pessoal da cadeia tem vida melhor do que a verdadeira tragédia que ela viveu naqueles tempos. Mas tudo passa, embora as marcas no subconsciente fiquem registradas para sempre.

 

Trabalho fora de casa

Aos 22 anos de idade ela conseguiu sair de casa. Trabalhou em vários lugares, mas principalmente como empregada doméstica em famílias e casas paroquiais. Conseguiu estudar um pouco. De todo seu trabalho praticamente nada guardou para si. Ajudou muito seus irmãos que não a ajudaram quando precisou. Ela sorrindo diz: meus irmãos hoje estão bem e eu estou pobre, mas sou feliz, faço o bem que posso fazer. Tenho minha casinha, meu salário mínimo, tenho boas amizades. Vivo feliz, faço remédios e atendo muitas e muitas pessoas com bom resultado. Trabalho de graça, às vezes alguém me dá um pouquinho. Chegam a dar 0,70 centavos. Tudo que faço é com amor e por amor, diz ela. E eu digo e mim para mim: se mais pessoas com tanta caridade houvesse, o mundo de hoje seria bem diferente.

 

Pastoral da Saúde

Ela é Coordenadora Comarcal da Pastoral da Saúde. Já fez vários cursos a esse respeito e sempre faz novas aprendizagens com pessoas abalizadas para tal. As mais importantes reuniões são feitas em Joinville. A casa dela é um verdadeiro arsenal de remédios, tudo à base de plantas criteriosamente trabalhadas e recipientes cuidadosamente selecionados e higienizados. Nada ali é por acaso. Tudo tem sua razão de ser. Sabe explicar, orientar, enfim, ajudar. Absolutamente nada ali é químico. É caridade, pura caridade, bondade e mais bondade e talvez muito daquele afeto que ela teve tão pouco em sua vida e agora tanto distribui.



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