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José Kormann, Dr. (Histórias da História)


Dr. José Kormann (Histórias da História)

Historiador


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O imigrante europeu

Terça, 27 de setembro de 2011

O imigrante brasileiro que veio da Europa, salvo raras exceções, era lá um destituído da sorte. Era um servo da gleba já liberado: tanto na Itália, quanto na Polônia, Império Austríaco e como em quase toda a Europa, principalmente a Ocidental e a Central.

Era um liberado que, dessa forma, em grande parte pelo menos, ficou em pior situação do que a anterior. O acesso à propriedade rural lhe fora impossibilitado e seu antigo dono não tinha mais compromissos com ele. Eis como lhe veio a extraordinária coragem de emigrar para, mesmo que a todo suor e lágrimas, chegar a ter seu próprio pedaço de terra e uma sólida esperança de um mundo melhor para seus filhos.

 Dessa falta de terra que lá sentiam e da grande vontade que sempre tinham de um dia possuí-la, veio - para muitos - insaciabilidade de adquirir sempre mais uma propriedade e foi o que deu origem a muitos latifúndios.

Geralmente nos locais de origem dos imigrantes era proibida a subdivisão das propriedades rurais, evitando, com isso, a origem de minifúndios tão pequenos que tornariam impossível nele um agricultor se manter. Assim só o filho mais velho herdava e os nascidos depois deste, tinham de procurar seus caminhos pelo vasto mundo afora. É fácil imaginar - e era raríssimo caso, mas acontecia - o quanto uma moça herdeira era disputada, principalmente por tantos moços não herdeiros, já que as famílias eram, então, numerosas.

Além disso, até o ano de 1870, vários países da Europa estavam em lutas entre si, ou internamente num processo de unificação, ou - externamente - pela obtenção da hegemonia local, ou regional, ou continental, ou - até mesmo - mundial. Um meio de ganhar a vida era ser soldado na guerra, por livre vontade ou exigência  governamental. Dizem que quando nascia um menino, logo se dizia: mais um para a guerra.

É bem verdade que este processo todo culminou na Bela Época que foi de 1870 até 1914. Nessa época a paz e a tranquilidade facultaram o progresso industrial e cultural como nunca dantes foi visto sobre a face da Terra. Mas também é verdade que esta reluzente prosperidade foi também uma tétrica noite para os pobres que ainda mais se viram postos à margem do todo este processo que tanta felicidade trazia para uns, enquanto que a outros tão pouco ou quase nada prometia, especialmente naquela época.

Falta de terras, guerras constantes, desemprego e, o pior de tudo, a ausência total de qualquer esperança de melhora. Era preciso procurar outras plagas onde a esperança de viver melhor e progredir pudesse ser alimentada. É por isso que cantavam:

 

         "Adeus, pátria ingrata!

          Para outro lugar nos mudamos,

          Para o Brasil nós migramos.

          Fora, vamos todos ao Brasil,

          Lá não se trabalha só por soldo...

          O Brasil é um pedaço do céu

          Que Deus aos pobres deixou".

 

Aqui, no Brasil, para sobreviverem na selva bruta dependiam de cinco elementos que conseguiram realizar:

1. Fé em Deus,

2. Esperança num futuro melhor,

3. Estreita união familiar,

4. Unir as várias famílias entre si,

5. Fundar suas próprias instituições.



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