Prata da Casa - Daniel Alves de Oliveira

Daniel é uma dessas pessoas que realmente é prata da casa. Um dia cheguei a casa dele. Perguntei por ele e me informaram que ele estava arrumando a via pública que passa na frente da casa dele, mas arrumando não só em frente a sua casa, mas a estrada como um todo. Fui ver e o encontrei com carrinho de mão, pá, enxada e cortadeira. Aí ele me contou que geralmente pede para que a prefeitura deixe uma quantia de pedregulho no início da  rua ele, depois, em seus horários de folga, ele tapa os buracos da estrada. É uma estradinha sempre bonita e em ordem. E se cada um fizesse por sua cidade um algo a mais...

Mora numa residência muito linda que ele mesmo construiu, ajudado por seu pai, em apenas vinte e oito dias de trabalho. Mais tarde comprou mais um lote e ampliou a casa fazendo ali também uma bem aprazível churrascaria, verdadeiro e bem agradável ambiente de festa onde frequentemente gosta de reunir e bem atender seus amigos. Sua residência com uma gruta de Nossa Senhora Aparecida é mais uma das belezas que enfeitam a cidade de São Bento do Sul, embora num lindo local do bairro Serra Alta nem sempre tão visível para todos, mas a calma e o sossego só nos fazem bem ao corpo e alma.

Sua família compõe-se da esposa, Íris Idalêncio Vaz de Oliveira, do filho Daniel Alves de Oliveira Júnior - nascido em São Bento do Sul - e da filha Andrielli Vaz de Oliveira, nascida em Foz do Iguaçu no Estado do Paraná. Ele, o pai Daniel, nasceu em Timbó Grande, que, segundo ele, é o mais pobre município de Santa Catarina. Seu pai, Francisco Alves de Oliveira, é um dos fundadores de Timbó Grande e foi lá que Daniel viveu seus primeiros anos na companhia de sua irmandade composta de onze pessoas, todas vivas, embora seu pai, Francisco, já tenha falecido. Foi aos dez anos que Daniel, pela primeira vez, conheceu uma cidade, a cidade de Santa Cecília.

Em São Bento do Sul Daniel fez o seu Ensino Médio, um ano na escola Roberto Grant e os dois últimos no Colégio Estadual São Bento. Depois fez o curso técnico em Computação na Escola Técnica Tupy de São Bento do Sul. Foi aluno da primeira turma desse curso e ali recebeu um lindo diploma por ter concluído o curso sem nunca ter faltado, nenhuma vez sequer. Alguns anos depois fez o curso superior de Administração de Empresas na Univille de São Bento do Sul. Daniel jamais parou de progredir.

Daniel trabalhava na empresa Condor e por ela foi trabalhar no Paraguai, na localidade de Troncal Três, em Minga Porã. Lá ele trabalhava na serraria da Condor que só serrava para a própria empresa, mas ali ele também se tornou sócio de um supermercado. Mas curiosa mesmo foi sua ida para lá, vamos ver:

Casaram, Daniel e Íris, no dia 29 de maio de 1992 - e já dia 30 partiram para se fixarem no Paraguai e de lá voltaram para se estabelecerem em São Bento do Sul, onde seus pais e familiares já residiam.

Mudanças na política econômica no Paraguai fizeram com que a empreitada de lá não fosse mais promissora e contribuíram para isso também algumas situações brasileiras, mas sua estada lá valeu a pena; pois, segundo Fernando Pessoa: "Tudo vale a pena, se a alma não é pequena". Lá Daniel aprendeu muitas coisas em contato com os idiomas  espanhol do Paraguai e o guarani do mesmo País, além dos usos e costumes desse povo irmão do Brasil.

Daniel, como toda sua irmandade e parentes, são descendentes dos envolvidos diretos na Guerra Camponesa do Contestado. Quem morava nesta região, da qual Timbó Grande fazia parte, foi envolvido por esta terrível guerra por um ou outro dos lados. E família dos pais de Daniel teve a participação pelos dois lados: a favor do Governo Federal e contra Ele. Do pai dele, Francisco Alves de Oliveira, já publicamos, neste jornal, um interessante relato que consta de um livro pronto a ser publicado, mas ainda não o foi.