Dr. José Kormann (Histórias da História)
Historiador
A pesca da baleia
A pesca da baleia era muito rendosa. Durante a União Ibérica de 1580 a 1640, época em que o Brasil pertenceu a Espanha, o Rei concedeu a seus súditos o uso exclusivo dessa pesca. Cada núcleo baleeiro, ou armação, possuía: grandes tanques para, através de cozimento, extrair o óleo de baleia; a casa grande dos administradores; as casas dos feitores; as moradas dos baleeiros; a senzala dos escravos; a capela dos santos protetores; áreas de agricultura; armazéns para os gêneros de primeira necessidade; estocagem dos produtos prontos. Cada armação era uma verdadeira cidadela. A partir de 1801 essa atividade declinou pelo afastamento das baleias, o uso de outros óleos e modernos meios de pesca de outros países.
Santa Catarina sob a Independência
A Independência do Brasil foi proclamada a 07 de setembro de 1822, mas a notícia só chegou a Santa Catarina no dia 07 de outubro de 1822, ou seja, exatamente um mês depois do ocorrido. Tais eram as comunicações naquele tempo, mas a notícia foi recebida com grandes aclamações pelas quatro câmaras de vereadores então existentes em Santa Catarina: Florianópolis, São Francisco, Laguna e Lages. Foi então que as capitanias passaram a se chamarem de províncias e seus governantes passaram a receber o título de presidentes e eram nomeados diretamente pelo Imperador sem que houvesse necessidade de serem natos na província ou nela residirem. O 1º Presidente foi o Dr. João Antônio Rodrigues de Carvalho.
Sob os primeiros anos de Independência
Durante o governo do primeiro Presidente elaborou-se o projeto de uma estrada que ligaria Nossa Senhora do Desterro, Florianópolis atual, ao Território das Missões no Uruguai: seu objetivo era a integração do Território Sul Brasileiro. Quando D. Pedro I abdicou criaram-se agitações políticas em Santa Catarina. Foi nessa ocasião que Jerônimo Coelho criou o primeiro jornal de Santa Catarina, O Catarinense, e organizou a Sociedade Patriótica Catarinense, ambos com o objetivo de desenvolver o espírito de nacionalidade sob a forma de catarinensismo. De 1835 a 1845 aconteceu a Guerra dos Farrapos e os gaúchos invadiram Santa Catarina em Laguna e Lages. Surgiu aí Anita Garibaldi que lutou contra Santa Catarina.
Relatos
Muitos, muitos mesmo, foram os viajantes e estudiosos que andaram pelas terras catarinenses a propósito de puras pesquisas ou, talvez, por causa de guerras, de naufrágios ou de fugas dos navios, ou ainda missionários que perambularam e vasculharam as terras de Santa Catarina e nos deixaram preciosas anotações. Quase todos eles falam da hospitalidade dos catarinenses, da vida simples em Santa Catarina dos primeiros tempos, da ausência de qualquer opulência e da grande abundância de víveres, principalmente, frutas, peixes e caça. Foram diversas as nacionalidades que tal fizeram, como: franceses, italianos, alemães e espanhóis. Há também muitos relatos dos primeiros povoadores das mais diversas regiões que colonizaram.
Primeiros imigrantes
Santa Catarina foi a primeira província do Brasil a realmente ter um programa de trazer imigrantes fornecendo-lhes terras. Assim os primeiros imigrantes foram portugueses: açorianos e madeirenses que povoaram o litoral catarinense. Os segundos que vieram foram alemães que em 1828 fundaram a Colônia São Pedro de Alcântara. Em 1829 foi fundado Rio Negro e do qual nasceu Mafra, também por colonos alemães. Na época da Regência (1831 a 1840) a imigração diminuiu, pois esse período caracterizou-se pela aversão aos estrangeiros. Contudo, em Santa Catarina a fundação de colônias não parou. Vieram italianos, poloneses e outros mais. Como houve ataques de ameríndios criaram companhias de defesa para matar.
Santa Catarina
São 6.727.000 habitantes. Sua extensão é de 95.346 Km2. Contém 295 municípios. É o menor estado da região sul, mas muito profícuo. Da área total do Brasil representa apenas 1%.