História de Santa Catarina (III)

O Brasil dos primeiros tempos

Desde 1493, sete anos antes do dito descobrimento, o Brasil, sem este nome, já era conhecido por Portugal, mas para sua grande decepção não encontrou, aqui, as desejadas riquezas orientais ou minerais das quais tanto necessitava para continuar sua obra das Grandes Navegações com as quais visava salvar o cristianismo que na Europa já se encontrava cercado pelo leste, sul e oeste por muçulmanos. Servia, assim, o Brasil apenas como entreposto nas longas viagens de Portugal às Índias. Contudo, piratas, nestas plagas, começaram a negociar a madeira pau-brasil com os ameríndios. Assim após expedições exploradoras, Portugal enviou as expedições guarda-costas e finalmente a colonizadora sem abandonar as anteriores.

Nasce Santa Catarina

Somente em 1530, para não perder esta Terra, é que Portugal enviou para cá Martim Afonso de Sousa com a tríplice missão de defender, explorar e colonizar. Fez muito bem o seu serviço e, pela primeira vez, ouviu dos ameríndios que nesta Terra existe ouro. Também foi a primeira vez que, historicamente se registrou algo da Ilha de Santa Catarina que ainda não tinha este nome, onde um dos barcos da expedição naufragou. Um dos objetivos de Martim Afonso de Sousa no sul do Brasil foi marcar a Linha de Tordesilhas, a marca limítrofe entre as terras de Espanha e de Portugal e fixou este ponto na catarinense Laguna. A Espanha não concordou com isso. Nunca Portugal e Espanha demarcaram este Tratado. E foi motivo de lutas cruéis.

Santa Catarina um entreposto da Espanha

Espanha dizia que, pelo Tratado de Tordesilhas, São Vicente, onde fica a cidade de Santos em São Paulo, de lá para o sul e oeste, tudo era seu. Portugal dizia que até Laguna em, Santa Catarina, tudo era seu. O Tratado de Tordesilhas dizia que a partir de uma das ilhas do arquipélago de Cabo Verde contando-se 370 léguas a linha que ali passasse se seria o meridiano limítrofe. Mas de qual ilha do Cabo Verde começaria a contagem? Isso nunca foi definido. Assim a Ilha de Santa Catarina, e as terras continentais dali, sempre foram consideradas, pela Espanha, como suas e usadas, as baías Sul e Norte como entreposto em suas navegações para o Rio da Prata, Paraguai e para a exploração de minas como as de Potosi.

Reconhecimento da terra e nasce o nome Santa Catarina

Os primeiros a explorar o litoral catarinense foram os espanhóis que se dirigiam à região do Rio da Prata e para isso usavam a Ilha de Santa Catarina. Geralmente ancoravam nas águas calmas das baías Sul e Norte para consertar seus navios após a travessia do Atlântico, reabastecerem-se de água potável e dos selvagens conseguirem alimentos. Juan de La Cosa denominou parte do litoral catarinense de Sant’Ana. João Dias de Solis, 1515, chamou parte da Ilha de Baía dos Perdidos devido a um naufrágio. Mas foi Sebastião Caboto (1526) quem deu o nome a esta Ilha de Santa Catarina em homenagem a Santa Catarina de Alexandria e em homenagem a sua esposa Catarina Medrano. Da Ilha o nome passou para todo o Estado.

Primeiros Povoadores

Nos primeiros tempos a Ilha de Santa Catarina interessava aos navegadores apenas como ponto de apoio para atingirem o Rio da Prata. Os primeiros povoadores de Santa Catarina foram: 1. Náufragos - sobreviventes de uma embarcação de João Dias de Solis que se integraram aos ameríndios carijós; 2. Desertores – da embarcação de D. Rodrigo de Acuña e da expedição de Sebastião Caboto; 3. Religiosos franciscanos, que aqui foram deixados pelos espanhóis como catequistas. Pero Lopes de Sousa, da expedição de Martim Afonso de Sousa e irmão deste, encontrou vários destes europeus no litoral catarinense. Em 1541 D. Alvar Nuñes Cabeza de Vaca intitulou-se governador de Santa Catarina em nome do Rei da Espanha.

Santa Catarina

A população deste estado é de 6.727.000 habitantes. Sua extensão é de 95.346 quilômetros quadrados. Este território está dividido em 295 municípios e representa 1% do Brasil.