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José Kormann, Dr. (Histórias da História)


Dr. José Kormann (Histórias da História)

Historiador


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Guerra do Contestado (XIII)

Domingo, 01 de março de 2015

 

Lutavam por si, por seus e por ódio

Ao caboclo, de si e por si, pouco se dava ser deste ou daquele estado, mas ele era um excluído em virtude dos acontecimentos que se sucediam. Eram sempre dominados ou marginalizados pelos coronéis, pelas grandes empresas da região e sempre relegados, abandonados e, sem o querer, foram envolvidos também pela refrega dos estados que disputavam a questão das fronteiras. Mas eles lutavam apenas por sua própria sobrevivência acreditando na vinda de D. Sebastião ou São Sebastião que os salvaria e que os “monges profetas” lhes indicavam para seguir. Às promessas de uma rendição honrosa responderam: “Um porco, antes de matá-lo, a gente engorda”.

 

A mesma dor une muito mais que o mesmo prazer

Um verdadeiro líder não se faz, mas é feito ao corresponder nos anseios de um povo necessitado. Assim surgiram entre estas pessoas do sertão os ditos monges profetas, curandeiros, rezadores e mandraqueiros, um verdadeiro messianismo rústico rural. Aos poucos, e por outros acontecimentos mais, isso tudo virou na Revolta Xucra do Contestado onde apareceram bandidos que saqueavam e matavam a qualquer pretexto à semelhança de certos líderes nordestinos, mas o Contestado foi muito mais violento, mais marcante e mais abrangente; não teve, porém, os escritores, os poetas e cantores que as outras plagas brasileiras tiveram. Talvez um dia ainda terá.

 

Os redutos

Reduto era a cidade santa com seu quadro santo onde se rezava, cantava, distribuía tarefas e se julgava as questões até mesmo com pena de morte. Geralmente toda manhã havia ordem unida com vivas a João Maria, a Dom ou São Sebastião, ou a José Maria. Isso sempre com armas na mão. Até espada de pau valia. Para todos os redutos não havia uma liderança única. Cada reduto possuía seu líder e tratava de sua sobrevivência, mas havia, às vezes, atividades conjuntas de vários redutos. Os ditos jagunços eram homens valentes, decididos e determinados a sobreviver no combate usando férrea violência para se fazerem respeitar e fidelidade a toda prova.

 

Principais lideranças - 1

Antônio Tavares, ex-suplente de promotor, uniu-se aos caboclos para opor-se ao laudo da justiça do Supremo Tribunal Federal a favor de Santa Catarina na questão de limites; era mais bandido do que qualquer outra coisa. Henrique Wolland, o Alemãozinho; ex-marinheiro, atuava como agente duplo: a favor dos revoltados e traidor a favor do exército; entrou entre os revoltosos como fotógrafo; contratado para isso pelo governo de Santa Catarina. Bonifácio Papudo: suplente de delegado de polícia; chefiou um antro de bandidos. Aleixo Gonçalves: foi capitão da Guarda Nacional. Conrado Gober: capitão da Guarda Nacional e ex-empregado da ferrovia.

 

Principais lideranças - 2

Adeodato: famoso por sua crueldade, até para com os próprios jagunços; foi o último chefe e por seus erros o exército exterminou o último dos principais redutos. Venuto Baiano: ex-marinheiro da marinha de guerra; foi executado por seus próprios companheiros sob a desculpa de ter matado o Capitão Matos Costa. Agostinho Castelhano: uruguaio e veterano da Revolução Federalista de 1893; dirigia o roubo e o saque; destruiu a cidade de Curitibanos; o cartório foi saqueado e queimado os homens foram fuzilados ou degolados e as mulheres estupradas. Não há como separar as lideranças religiosas das profanas. Sempre havia monges e visionárias.

 

Sumário

Área: centro norte catarinense, 40.000 Km2; exército: 7.000; caboclos mortos: 10.000; militares mortos: cerca de 500; população da área: 30.000; data: 1912 a 1916.



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