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José Kormann, Dr. (Histórias da História)


Dr. José Kormann (Histórias da História)

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Guerra do Contestado (VIII)

Segunda, 15 de dezembro de 2014

João Maria d’Agostini em Santa Catarina

Aqui ele simplesmente virou o João Maria ou “São” João Maria e protótipo dos dois principais posteriores. Até hoje é o símbolo da luta dos excluídos, serve para empreendimentos turísticos e para ressaltar bandeiras de políticos. Entre os humildes ele é visto como alguém que alcançou a perfeição e deve ser imitado. Alimenta os desejos de alguns ideólogos como os da teoria marxista de coletividade onde o todo é sempre mais importante do que a parte individual ou de grupos menores. Também é adequado às ideias do filósofo Nietzsche: “Creio no Deus que criou os homens e não no deus que os homens criaram.” Em Santa Catarina ele também foi folclorizado.

 

“São” João Maria

Houve três monges profetas principais que os caboclos não souberam nitidamente diferenciar. Diziam até que era um só que sempre retornava em cada situação difícil. O primeiro era italiano, católico, frei de uma ordem religiosa. O segundo provavelmente sírio libanês argentinado que se desviou dos puros princípios católicos e falava com sotaque espanhol. O terceiro, tudo indica ter sido caboclo brasileiro com alguma cultura adquirida por leituras, ou, segundo alguns, por pregações de António Conselheiro na Bahia. Esses, o segundo e o terceiro, se transformaram no primeiro ou pelos caboclos nele foram transformados. A foto do segundo representa os três.

 

Na região da Guerra do Contestado

João Maria d’Agostini realmente passou nessa região na primeira década da segunda metade do século XIX. Esteve em Lapa(PR) cuja gruta onde se abrigou até hoje é ponto turístico religioso. A cruz da Praça Hercílio Luz de Mafra venerada até os dias atuais é sinal de sua estada neste local. Assim nas mais diversas localidades há indícios de sua presença até, finalmente, ele entrar no estado do Rio Grande do Sul. Mas a principal fonte informativa de que por aí ele passou é a tradição oral geral que ficou, os locais e as cruzes que se transformaram em verdadeiro documento histórico. Há também registros escritos nas igrejas de então onde pregou a pedido de padres.

 

Coincidência, folclore ou profecia?

“Quando esta cruz cair, a cidade estará sob as águas”. Referindo-se a Porto União e União da Vitória e isso aconteceu em 1983. “Quando tirarem esta cruz daqui, pestes e enchentes assolarão esta terra”. Referindo-se a Mafra e aconteceu em 1926. “Aqui surgirão duas cidades” e surgiram Joaçaba e Herval d’Oeste. “O Brasil esta destinado a ser o condutor dos povos. Será o celeiro do mundo e distribuirá o pão que alimenta o corpo e a ideia que fortalece o espírito.” “150 anos após mim aparecerá um novo profeta, mas antes aparecerão falsos profetas que pregarão o morticínio e as guerras”. Muitos dizeres ainda poderiam ser arrolados, mas quantas modificações eles terão?

 

 O monge profeta “São” João Maria

No planalto catarinense o monge João Maria d’Agostini fez História e ainda lá “vive”. “Passou sem ter feito qualquer coisa nociva. Só pregou o bem. Dividiu o pouco que lhe davam com os mais necessitados. Para si o pouco era muito. Buscou a solidão e não o atraíram as glórias do mundo. Habita hoje no coração dos simples o lugar dos eleitos. Frequenta as suas orações, acalenta as esperanças, povoa os temores e persiste na fé dos simples. Tem lugar no seu coração e no seu oratório, “canonizado” pelo amor do sertanejo, ao lado dos que com sua justiça e com sua sabedoria a Igreja santificou”. Vive no coração. (Oswaldo R. Cabral, livro A Campanha do Contestado).

 

Sumário da Guerra

Área: centro norte catarinense, 40.000 Km²; exército: 7.000; caboclos mortos: 10.000; militares mortos: cerca de 500; população da área, 30.000; data 1912 a 1916.



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