Dr. José Kormann (Histórias da História)
Historiador
15. Sempre a melhor cozinheira é a fome
Certo dia, uma menina voltou da escola e a mãe ofereceu-lhe sopa, mas a filha não a quis. A seguir, mãe e filha, trabalharam, a tarde inteira, no quintal sem mais nada para comer. A filha chegou a reclamar dizendo que estava com fome. A mãe prometeu-lhe, para o jantar, uma comida especial e muito saborosa. A filha se animou e, muito valorosa, trabalhou todo o resto daquela tarde. Como janta a mãe ofereceu-lhe a mesma sopa rejeitada no almoço. A filha comeu e exclamou: - Mãe que sopa gostosa! E a mãe: - É filha, a fome é a melhor cozinheira! Isso virou máxima para se dizer que a solução só é realmente eficaz se houver uma necessidade que a faça exigir.
16. A morte de um é o pão do outro
Toda desgraça de alguém, pode virar em benefício de outrem. Para quem souber aproveitar, tudo é construtivo. Todo problema tem solução e todo erro encerra uma lição. De qualquer coisa pode-se tirar eficaz aprendizagem. Nada está mudo, tudo nos fala e nada se cala. A sabedoria está por tudo; ela clama em público e nas praças levanta sua voz. Três são as leis cósmicas que comandam todo Universo: Lei da Evolução, Lei da Vibração e a Lei do Equilíbrio. Pela Lei da Evolução tudo se melhora ou pode ser melhorado pelas consequências de qualquer coisa. Pela Lei da Vibração tudo age, vibra de vida, sobre si mesmo e sobre tudo o mais. Equilíbrio é harmonia.
17. E as penas voaram de um coelho
Um patrão mandava que seus empregados lhe carregassem os cartuchos para suas caçadas. Mas um dia, achando que o patrão era gabola por demais, carregaram os cartuchos apenas com pólvora e por cima socaram, bem socado, penas de aves e nada mais. Naquele dia de caçada em cada pássaro ou passarinho que ele atirasse só voavam penas. Até que, finalmente, atirou numa lebre e dessa vez as penas também voaram. Foi aí que ele descobriu o embuste, mas a chacota já estava feita e o caso virou adágio para todo aquele que se enchia de pavonice sobre aquilo que não fez, ou seja, fazia-se autor de obras já feitas, ou ainda, engenheiro de obras já prontas.
18. Em árvore tombada, qualquer um é lenhador
Existem aqueles que sempre estão prontos a tirar proveito do que os outros já fizeram e depois se orgulham daquilo que conseguiram à custa do suor alheio. É o chupim que bota o ovo no ninho do tico-tico. Foi para esses que os lenhadores do Tirol aplicavam esta sabedoria popular que depois também foi transplantada para o Brasil. Sempre existem aqueles que nada de significativo fizeram, mas sempre estão prontos a entrar no ninho que os outros trabalharam e deixaram bem preparado. É o colher o que não plantaram. É o gastar o que não ganharam. É o orgulhar-se do que não fizeram. São os lenhadores de árvores já tombadas onde sempre é mais fácil fazer sua lenha.
19. Uma pedra que muito rola não cria musgo
É o que os antigos diziam para quem troca muito de emprego ou da propriedade. Este não se estabiliza, não se contenta e nem progride. Outros diziam que quem três vezes muda de propriedade agrícola é como se uma vez tivesse perdido tudo por incêndio. Realmente só trocar por trocar, isso não traz progresso tanto no emprego quanto nos bens materiais. O trocar de emprego ou de propriedade deve ser para melhor. Sempre subir, jamais descer e nem mesmo parar o que, por si só, já é uma forma de descer. Também diziam que parado ninguém fica: ou na vida se progride ou simplesmente se regride. Esse dizer realmente educa e pode fazer a felicidade aos indecisos.
Por que não sou feliz?
Porque sempre ponho a felicidade onde não estou e nunca a coloco onde eu estou. Só é feliz quem põe a felicidade onde ele está e ama o que tem e não o que não tem.