Dr. José Kormann (Histórias da História)
Historiador
Dinheiro é sagrado, esbanjá-lo é pecado
Ele é esforço, trabalho e inteligência, acumulados. Como ele foi ganho honestamente (caso contrário seria roubo) com atividade física e espiritual, ele só deve ser, licitamente, distribuído para produzir mais trabalho material e espiritual. Mais e mais e sempre mais. Todo dinheiro rende frutos: positivos ou negativos. Isso vem da realidade que se aplicou: gastou ou investiu. No primeiro caso o pomo é podre e, é claro, negativo; no segundo o fruto é bom e, é lógico, positivo. Gastar é que destrói. Investir é que constrói. Destruir é obra má, construir é obra boa. Destruir é odiar e construir é amar. Com dinheiro se deve amar e aprimorar os dons que Deus nos deu.
“Quando sem ideal, carregamos nos ombros a própria morte”
Esta frase é do escritor argentino Pecotche. Muito verdadeira. Quem não tem ideal é como madeira seca atirada ao rio. Faz tudo o que ele faz: roda à flor da água, pára quando ela pára, finalmente é arrastada às catadupas precipício à baixo. Assim as pessoas sem ideal. Vivem jogadas nos rios da vida, nos turbilhões da moda e das ideologias e suas existências vão passando sem que nunca consigam viver: carregam nos ombros a morte que os sufoca lentamente. Para ser feliz é de fundamental importância saber viver, ser firme qual a rocha entre as ondas, saber proclamar sua independência, respeitar, ouvir, pensar, querer bem, amar, mas sempre eu ser eu.
É melhor ser Abel a viver como Caim
Venceslau era rei da Boêmia. Seu irmão Boleslau o queria matar para ser rei em seu lugar. Com o punhal em mão, Boleslau agrediu Venceslau, mas este lutou, tirou-lhe o punhal e imediatamente devolveu-o a Boleslau dizendo: “Mais vale morrer como Abel do que viver como Caim”. Boleslau desistiu de seu cruel intento. A moleza e a inatividade dos bons é que cria os maus dando-lhes o covarde atrevimento. É por isso que se diz que os maus são maus porque os bons não são melhores. Se um dia os cordeiros descobrissem que têm dentes, os lobos passariam muito mal. Dizia alguém: É melhor ser águia um minuto na vida do que sapo a vida inteira. Vale que se pense.
Assim é difícil ser feliz
Muda Brasil. Assim não, assim não dá. Veja o que diz o grande Alexandre Garcia: “Num final de semana há mais assassinatos em Brasília que em Roma o ano todo. No Brasil se mata mais gente do que na guerra da Síria. O governo fez campanha para desarmar os cidadãos, mas não desarmou os bandidos e aconselha as vítimas a não reagirem facilitando o trabalho dos ladrões. Trata de desvalorizar a polícia; policiais são intimidados por autoridades dos três poderes. OAB e ONGs querem saber se os bandidos sofrem excessos. Bandidos têm atendimento especial; as vítimas e suas famílias, não. Em oito meses o bandido está solto e assalta outra vez.” Etc. etc.
Cheirar o traseiro do outro
Clarice Leal, psicóloga e conferencista afamada, em uma de suas conferências perguntou se já viram, em filmes, aquela fileira de cachorros que puxam os trenós na neve. Os cachorros que vão à frente são os que conhecem o caminho e os outros vão atrás deles e aí ela perguntou: Quem vocês querem ser? Aqueles que vão à frente por que conhecem o caminho ou aqueles que vão cheirando o traseiro dos da frente. Para ser feliz é fundamental que se saiba aonde se quer chegar e qual é caminho a se seguir e não somente comer o pó que os outros já levantaram. Cada qual tem seu caminho a seguir e que não é inteiramente igual àquele que os outros já seguiram.
Por que não sou feliz?
Porque sempre ponho a felicidade onde eu não estou e nunca a coloco onde eu estou. Só é feliz quem põe a felicidade onde ele está e ama o que tem e não o que não tem.