Dr. José Kormann (Histórias da História)
Historiador
Se minha filha casar com esse cara, ela vai ter que comer corda de viola
Ele era, e é, bom desenhista, bom pintor de quadros artísticos, bom tocador e professor de violão, bom artista de teatro e eficiente líder do grupo de jovens. Contudo, quando ele começou a namorar sua atual esposa, o pai dela se revoltou e disse que se assim for, sua filha vai ter que se alimentar com cordas de viola. Hoje os dois estão casados há tempos, já aposentados. Conhecem toda América do Sul e grande parte do Brasil. Estão bem no sentido econômico, psicológico, sociológico, filosófico e religioso. É um casal realizado e muito feliz. Os Professores Celso e Mariana descobriram muito cedo que ser feliz é mais importante do que ser importante. É isso.
Amor heróico
Você, leitor, não o precisa praticar, mas admirar – para quem é normal – isso sim. A admiração sempre nos eleva e ilumina nossos caminhos, não para fazermos igual, mas para, com clareza, seguirmos o nosso ideal supremo. Césare Cantu em sua substanciosa coleção de História Universal cita o seguinte fato: Um menino de 3 ou 4 anos de idade, no auge da perseguição cristã do Império Romano, disse a outros meninos que o Deus verdadeiro é um só e que todos os outros eram falsos. Descoberto, ele foi preso e com estímulos da mãe ele foi fiel a sua idéia. Foi cruelmente torturado. A mãe o beijando carregou-o até o local onde ele foi decapitado.
As abelhinhas de Naira Naima Buchmann
Corria o ano de 1984. A Coordenadora Local de Ensino, Professora Naira, liderou um grupo de 23 pessoas para fazerem faculdade à distância na FEARPE, Caçador, depois UnC, o que era proibido naquela época. Com lutas de todos os tipos o grupo o conseguiu. Quando estavam no último ano de seu curso de Pedagogia, o Conselho Estadual de Educação resolveu invalidar o curso. O grupo foi a Florianópolis dialogar com o tal Conselho que se mostrou irredutível, mas quando o grupo resolveu apelar a Brasília, retrocederam. Hoje isso é tão comum, mas deve haver os cristos pioneiros. O nome abelhinha, pela coragem no trabalho. Ser feliz é saber lutar por causas nobres.
Não foi bom, mas quis ser bom
Há monges que devem levantar-se meia noite para, na capela do convento, fazerem orações comunitárias. Porém, um dos monges nunca conseguia acordar-se. Inventou um mecanismo que o despertasse. Pegou o costume e dormindo burlava a engenhoca. Inventou um segundo dispositivo que se acionava logo após o primeiro, mas o burlava também, sem acordar. Certo dia não levantou mais, nem para a refeição matinal e nem mesmo para o almoço. Foram verificar: na sua cela cheia de inventos, ele estava morto. Disse o prior: Deus o levou porque apesar de não ser bom ele quis ser bom. Ser feliz é lutar para ser bom, sem se preocupar com o resultado.
Otto e Lídia Batista Liebl
Quase 60 anos de casados. Falando de seu casamento eles dizem: “Esse dia a gente nunca pode esquecer, foi o dia que firmamos o compromisso para sempre”. Qual o segredo desse sucesso? Eis a receita que o casal nos dá: “Companheirismo, amizade, muito trabalho e amor”. Hoje são 9 filhos, 19 netos e 17 bisnetos. Diz o Otto e a Lídia: “Todos eles são nossas alegrias”. Olhando o resultado de seu matrimônio, diz o casal: “Todo nosso sacrifício valeu a pena”. Parafraseando Fernando Pessoa, poderíamos dizer: Tudo vale a pena se a alma não é pequena. Eis um exemplo a ser seguido. Felicidade está para todos, mas ela deve ser semeada, cuidada e colhida. Faça isso.
Por que não sou feliz?
Porque sempre ponho a felicidade onde eu não estou e nunca a coloco onde eu estou. Só é feliz quem põe a felicidade onde ele está e ama o que tem e não o que não tem.