Dr. José Kormann (Histórias da História)
Historiador
E jogou o irmãozinho no mar
Com crianças, cuidado. Geralmente elas levam as coisas mais a sério do que a maioria dos adultos. Quantas desgraças a lamentar por causa de brincadeiras indevidas com elas e, felizmente, há também muitas coisas gloriosas porque elas foram ouvidas. Assim um navio de imigrantes vinha singrando os mares rumo ao Brasil. Uma mãe ficou doente. Levavam-na ao convés para apanhar sol. Com ela ficava um filho maiorzinho ao qual, com frequência, ela mandava descer as escadarias para ver se o neném estava dormindo. Ele chorava de medo e havia quem o assustava. A mãe dizia vamos jogá-lo no mar? Um dia ele veio: Mãe já o joguei.
Sob ameaça de execução
Uma grávida de três meses trabalhava nos raios-X. Isso sem as precauções de hoje em dia. Quando o descobriram exigiam dela o aborto, inclusive importantes esculápios. Os pais ficaram firmíssimos no seu não. Todos circunstantes lhes afirmaram que poderia nascer um verdadeiro monstro humano. Os pais simplesmente responderam: vamos cuidar desse monstro com amor e carinho. Importantes luminares da medicina apelaram para sua honra profissional. Os pais responderam que a honra de outros não será lavada com o sangue de nosso filho. Nasceu uma criança perfeita, inteligente e que hoje já é adulto e cuida de seus pais. Felicidade.
Quando foi, uma irmã casou; quando voltou outra estava casando
É a história do soldado Alois na Revolução de 1924. O General Isidoro Dias Lopes de São Paulo revoltou-se contra o Presidente Artur Bernardes. Alois, de Guabiruba/SC, foi convocado para a luta e teve que partir no exato dia do casório de sua irmã cuja festa assim virou uma choradeira. A luta, em São Paulo, sertões de Foz do Iguaçu e Mato Grosso, foi longe e desaguou na Coluna Prestes. O pior combate foi todo dia do Natal de 1925. Primeiro vinham algumas cartas de Alois. Depois tudo acabou. Pensaram em sua morte. Mas no dia do casamento de outra irmã, à noite, ele apareceu. De alegria, todos choraram. A felicidade tem seus próprios caminhos.
Toda América já esteve no fundo do mar
Provas geológicas e arqueológicas o comprovam de modo irrefutável. É só verificar as pesquisas que estão à disposição de todos. Se foi, um dia de novo o poderá ser, pois tudo que é, já foi e talvez novamente será. “Na natureza nada se cria, nada se perde e tudo se transforma”. Isso está na Lei da Evolução, na Lei da Vibração e na Lei da harmonia que são as três leis cósmicas. Quem duvidar visite, com calma, o museu arqueológico da UnC em Mafra e lá peça explicações de especialistas. Todo Universo está à procura da harmonia e do equilíbrio cujo resultado é a ordem que gera a paz e que é a mãe da felicidade. Se assim nas coisas, muito mais no ser humano. Sê feliz.
Quem não sabe o que foi jamais será feliz no que é
Já ouvi muito infeliz dizer: “Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe”. Resultado: infelicidade, involução, retrocesso, espinho em sua própria vida e na vida dos outros. História é o estudo do passado, para entender o presente e preparar o futuro. Mas a história começa pela vida particular de cada um, cresce na vida familiar, regional, estadual, nacional e mundial. É preciso saber quem eu sou, donde eu vim e para onde eu vou; que chances eu tive, que chances eu tenho e que chances eu poderei ter. Devo sempre saber que ser feliz é mais importante do que ser importante. Jamais a felicidade é estática. Ela exige luta, alegrias em cada pequena vitória.
Por que não sou feliz?
Porque sempre ponho a felicidade onde eu não estou e nunca a coloco onde eu estou. Só é feliz quem põe a felicidade onde ele está e ama o que tem e não o que não tem.