Por que não sou feliz (XXIII)

A maior força psicológica

É o elogio. Mas para ser um elogio verdadeiro deve ter três qualidades sem as quais o elogio jamais será um elogio funcional: 1. Ser sincero, a falsidade fede; 2. Ser específico, atingir somente uma coisa e não generalidades; 3. Ser simples, linguagem do coração e nada de rebuscamentos livrescos. O grande escritor inglês William Shakespeare diz que ninguém é tão mau que nada faça de bom e, se por esse bem, ele for elogiado, poderá tornar-se bom pela repetição desse bem que assim se tornará uma virtude e quem tem uma virtude em grau heróico, as têm todas neste grau. Isso é felicidade, construir felicidades e fazer-se feliz. Vá, pega o costume de elogiar.

Pensar com lógica

Isso simplesmente significa que devemos pensar certo, dentro de regras lógicas. Um menino, em seu primeiro ano escolar, na serraria de seu pai, contou as rodinhas de ferro do carretão que sobre trilhos de aço levava a tora para ser serrada. Eram quatro rodinhas de cada lado e depois as contou todas. A seguir foi perguntar a seu pai se quatro mais quatro eram oito. O pai perguntou-lhe como chegou a essa conclusão e o menino explicou seu procedimento. O pai o elogiou, dizendo que é assim que se aprende a pensar e a fazer contas. Sempre o pensamento gera sentimento que gera comportamento e assim pode fazer feliz ou infeliz. Cuidado! Aprenda a pensar bem.

Viver ou morrer por suas ideias

O Hino da Independência diz: “Brava gente brasileira longe vá temor servil: ou ficar a Pátria livre, ou morrer pelo Brasil”. Bem mais gente do que se pensa, morreu pela Independência do Brasil. É por isso que hoje temos nossa autonomia. Há um adágio que nos diz: “Só morrem as ideias que não encontram quem esteja disposto a morrer por elas”. Na Bíblia, Judas Macabeu (2,28) afirma: “É melhor morrer do que viver numa terra devastada e sem honra”. Um dos grandes motivos da infelicidade dos dias atuais é a completa ausência de objetivos vitais, de pensamentos lógicos, de ideeias altruístas. As pessoas vivem mais de fora para dentro do que de dentro para fora.

O casal que pensou certo

Eles conversando: Um dia, eu vou morrer antes de você ou você vai morrer antes de mim. Isso é certo e correto, mas depois não adianta chorar ou se lamentar, dizendo: eu ainda deveria ter feito isso ou aquilo, ou até deixado de fazer aqueloutro. Será tarde. O caso é fazê-lo, ou fazermo-lo, agora enquanto ainda é tempo. Em primeiro lugar: parabéns aos casais que ainda conversam. Há tantos, e até famílias inteiras, que apenas ainda estão lado a lado, mas não convivem mais, já não mais estão em comum união (comunhão) e nem mais se conhecem. Diz Dona Lucília: “Viver é estar juntos, olhar-se e se querer bem”. Felicidade é amar, é conhecer, é se querer bem.

Confiar, desconfiando

Se não me engano é o sábio La Fontaine que conta a estória das galinhas que estavam no terreiro, quando a raposa apareceu. Foi aquela correria. O galo voou para o alto da cobertura do galinheiro. A raposa, sempre muito experta, falou: Galo pode descer e receber meu fraternal abraço. É a notícia que lhe trago. Os animais fizeram uma reunião e decidiram que todos viverão em paz. Nenhum será inimigo de qualquer outro. Os lobos e as ovelhas já se abraçaram. O galo respondeu: Daqui vejo o cachorro que já vem; se você o abraçar eu também vou lhe abraçar. A raposa fugiu dizendo que o cachorro não estava naquela reunião. Ser feliz é saber se defender.

Por que não sou feliz?

Porque sempre ponho a felicidade onde eu não estou e nunca a coloco onde eu estou. Só é feliz quem põe a felicidade onde ele está e ama o que tem e não o que não tem.