Por que não sou feliz (XXI)

Corupá, não; São Paulo, também não; Alemanha, sim

É, foi isso mesmo. Em Corupá de antigamente, pequena população, um moço e uma moça lá viviam e não se conheceram. Realmente isso era uma extraordinária raridade. No mesmo ano os dois foram trabalhar na grande São Paulo. Lá também não se conheceram. No mesmo ano ambos foram trabalhar na Alemanha e lá, quando ambos já eram noivos, se conheceram. Romperam o noivado e se casaram. No dia do casamento, no banquete, a primeira vez, comeram conserva de palmito Stein, colhido em Corupá. Casados voltaram a Corupá. A felicidade, às vezes, tem caminhos tortuosos. Grande sabedoria é achá-la nas emaranhadas curvas desta vida. Procure.

Só quem reconhece seu erro é que pode sair dele

Eu conhecia um diretor de escola fortemente dado ao vício do alcoolismo. Certo dia, encontrei-o completamente bêbado. Nesse estado alcoólico ele repetia: “Dizem que eu sou alcoólatra. Burros! Nem sabem o que isto significa”. Para ele não havia cura apesar dos esforços de muitos, especialmente de sua esposa. Tempos depois novamente nos encontramos no mesmo local foi quando, já não mais alcoolizado, ele me disse: “O cachaceiro precisa parar de inventar desculpas e assumir que é viciado. É preciso procurar solução e não desculpas”. É isso. Para ser feliz é necessário reconhecer o erro, buscar ajuda e esforçar-se. Para tudo há solução. É só querer.

Só por pura maldade

Não me recordo bem onde, mas creio que foi em Santo Agostinho que li o seguinte fato: Um dia ele teria roubado frutos cuja árvore estava repleta de pomos maduros. Havia deles apodrecendo pelo chão, mas subiu e colheu vários dos melhores. Depois, mais adiante, como estava sem fome, os jogou no mato. Mais tarde, grande filósofo, bom pensador, começou por analisar sua ação. Por que roubei? Foi para prejudicar o dono? Não; pois estavam até apodrecendo. Foi para matar a fome? Não; pois os joguei no mato. Por que, então, roubei? Foi só é unicamente para satisfazer a minha maldade, a minha inclinação para o mal. Isso faz infeliz a si e aos outros. Não o faça.

Grandes lances

Vale a pena estudar os primeiros lances das primeiras linhas de progresso. Quanto trabalho pelo sertão bruto. Assim também a primeira laminadeira, ou descascadeira como também era chamada, que Martim Zipperer trouxe da Alemanha e para lá experimentá-la levou uma tora de imbuia. Quando esta máquina chegou a São Francisco do Sul acabou o dinheiro. Não desanimou. Em São Bento contratou músicos, cerveja, e convidou os mais ricos. Música e cerveja sempre era um fator de reunião. Meia noite conseguiu, por empréstimo, a quantia que precisava. Depois a Móveis Cimo encantou o mundo. Coragem e ousadia fazem sucesso e felicidade. Vá!

Grande erro

Filósofos pragmatistas franceses divulgaram uma pesquisa segundo a qual 70% das pessoas pensam, doentiamente, sobre o seu passado; 25% delas pensam, também doentiamente, sobre seu futuro; e só 5% pensam corretamente sobre o momento presente de sua vida e é neste instante presente que se podem corrigir os erros do passado, planejar o futuro e viver feliz; e dessa felicidade no agora vai, sem dúvida, surgir um futuro promissor. O que foi não existe mais e jamais há de voltar; o que será nunca vem como foi imaginado, se é que vem; mas só o agora é que realmente existe e pode direcionar nossa vida rumo à felicidade. Viva certo no aqui e agora e sê feliz.

Por que não sou feliz?

Porque sempre ponho a felicidade onde eu não estou e nunca a coloco onde eu estou. Só é feliz quem põe a felicidade onde ele está e ama o que tem e não o que não tem.