Dr. José Kormann (Histórias da História)
Historiador
Urbano e Vitalina Oszika, um casal feliz
A felicidade não vem, a gente a faz. Sessenta anos de casados com felicidade crescente. Dizem eles: “Bastam olhares para se fazerem entender”. Até parece aquele canto de amor que diz: “Não diga nada; deixa o silêncio falar por nós dois”. E veja, deles, mais estas lições: “A compreensão e o perdão são tudo”; “Paciência recompensada com amor”; “A falta de recursos econômicos nunca foi empecilho à felicidade”; “Moderação também acompanhou os hábitos de alimentação e de estilo de vida”. Diz, o casal, que juntos fizeram descobertas e unidos superaram as dificuldades. A felicidade ninguém recebe pronta, mas cada qual faz a sua, com ajuda de outros.
Felicidade é estar pronto
Num pátio escolar de curso superior conversavam numa roda de estudantes sobre a morte. Surgiu a pergunta e se a morte viesse agora, o que você faria. Um disse: procuraria me confessar, o mais rápido possível; outro: correria pedir perdão para alguns; aqueloutro: tentaria ligeiro pagar minha dívida; uns devolveriam, apressados, o que haviam emprestado e não devolveram e assim por diante; mas ao único que nada disse, perguntaram o que ele faria e este singelamente respondeu: não faria nada; ficaria aqui mesmo. Só ele estava pronto, estava feliz e sossegado. Seu nome São Luiz Gonzaga, Padroeiro da Juventude. Ser feliz é estar pronto para o que der e vier.
Pedágio da APAE nos sinaleiros de São Bento
Geralmente uma vez por ano isso é feito e muitos voluntários ajudam. Alegres e felizes por poderem fazer mais um bem, só o bem é que realmente faz feliz. A grande maioria colabora. Alguns, educadamente, explicam que não têm dinheiro. Muitos humildes em carros simples e lindas crianças em beleza inocente contribuem com o que podem. Como é lindo o trabalho, a educação, a caridade e bondade que com isso se aprimora trazendo a felicidade. Mas há aqueles, felizmente bem poucos, que descarregam suas frustrações, sua infelicidade, seu desafeto para consigo mesmo, em cima dos outros. Temei sempre os infelizes que só destroem e os felizes é que constroem.
Felicidade e maturidade se completam mutuamente
No tempo dos anticlericais declarados e cheios de ódio viperino, um padre aproximou-se de um grupo de nababos jogando baralho e pediu-lhes ajuda para seu orfanato onde muitas crianças sobreviviam à custa da caridade pública. Olharam com rancor e cinismo e após o sacerdote falar, um deles, vermelho de álcool, levantou-se, ofendeu o religioso e finalmente escarrou-lhe em rosto. Simplesmente o santo homem tirou o lenço do bolso, limpou a face e disse: “Isso foi para mim que o mereço por meus pecados, mas agora gostaria de saber com o que ajudarão meus pobres órfãos”. Vários ajudaram e alguns se converteram. É a maturidade e a felicidade em união.
Você, para você é o maior tesouro que há
Cuida bem desse tesouro e assim poderás ser feliz e fazer feliz a muitos outros. Saiba que a rainha das faculdades da alma é a vontade. A vontade sempre se orienta para o bem. Mas ela é informada pela inteligência e esta pode se enganar. A vontade também pode informar a inteligência e corrigi-la. Educa, pois, primorosamente tua vontade. Faça sempre algo difícil, só por que é difícil. Repita atos bons e terás o costume que, se cultivado, faz o hábito que, por sua vez, desenvolve a virtude e dessa forma obterás o caráter que facilita tudo. Controle teus pensamentos que criam sentimentos que fazem o comportamento. Há caminhos para ser feliz. Siga-os e já.
Por que não sou feliz?
Porque sempre ponho a felicidade onde eu não estou e nunca a coloco onde eu estou. Só é feliz quem põe a felicidade onde ele está e ama o que tem e não o que não tem.