Dr. José Kormann (Histórias da História)
Historiador
O que fazer com a Câmara de Vereadores?
Aumentar o número de vereadores o povo não quer. Diminuir o número de vereadores o povo também não quis. O salário que os vereadores recebem é demais; mas um vereador apresentou o projeto para reduzir esse salário a zero e ele se viu tão difamado que nunca mais se candidatou. Viajar para conseguir verbas não pode. Contratar fiscais técnicos para fiscalizar obras também não pode. Apresentar projetos que mexem no orçamento da prefeitura não pode. Assim a ação dos vereadores quase que está reduzida a dizer sim ou não aos projetos do prefeito. Você quer se desprestigiar politicamente perante o povo? Sê vereador. O que vamos fazer?!
Sugestões ilegais, mas que podem virar leis
Existem países em que os municípios têm o poder optar se querem ou não querem ter vereadores. Nesses casos outros órgãos exercem, gratuitamente, essa função. No Brasil isso não é permitido, mas para que pagamos então um monstruoso Congresso Nacional tão voraz em consumir verbas do povo? Que se faça essa lei. Recentemente houve nova tentativa de aumentar o número de vereadores para que os pequenos tenham mais vez e de novo não deu certo. Que se façam, então, duas câmaras, como na Inglaterra: cinco dos grandes e cinco dos pequenos. É preciso ter a coragem de pensar e de ser diferente. Que São Bento do Sul pense e seja o primeiro.
Desprestígio municipal: nas denominações
Houve época histórica em que o município tinha, no Brasil, sua importância preponderante, mas isso já se foi e como se foi a mais talvez não poder-se afundar. Vamos dar uma olhada, só nos nomes. Veja no Poder Legislativo: deputado federal, deputado estadual e vereador. Não seria mais correto deputado municipal, que é o papel que realmente ele faz? Mas querem é diminuir. Veja no corpo superior das leis: Constituição Federal, Constituição Estadual e Lei Orgânica do Município. Não seria mais claro e lógico Constituição Municipal, que é o que realmente ela é? Mas não, é preciso diminuir. Acorda, São Bento! Seja o primeiro! Peça reforma administrativa!
Os municípios tinham muito dinheiro
Isso aconteceu durante a Presidência do Marechal Castelo Branco, de 1964 a 1967. Nessa época, de todo dinheiro arrecadado no município, a parte percentual que cabia à prefeitura já ficava diretamente para a municipalidade antes de ir abarrotar os cofres estaduais e federais, para finalmente retornarem para os cofres municipais como hoje acontece – e isso quando realmente essas verbas retornam, após as verdadeiras mendicâncias do alcaide e seus assessores. Isso é fazer o município se pôr de joelhos. Aquele era um verdadeiro período áureo dos municípios, a felicidade dos administradores e a alegria do povo. Eia! Vamos acordar minha gente!
Mais vale ser águia um minuto na vida do que sapo a vida inteira
Contaram-me que esta frase era o lema de um grupo de paraquedistas durante a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945). Não pude descobrir se é verdade ou não, mas que ela é interessante, isso é. Luta é a lei da vida. Viver é lutar. Só se luta, verdadeiramente, quando se tem um ideal fulgente e deveras significativo. É preciso sonhar grande, saber ser diferente; até mesmo utópico como Cristo, Santos Dumont, etc. Assim é importantíssimo estar à frente dos problemas e não com eles ou meramente correr atrás deles. Vamos ter que estar com os líderes que realmente saibam mudar para melhor. Não empreguismo, mesmices, não simples troca de poder.
Vamos acordar, gente!
Para que tantos órgãos auxiliares de administração: regionais, estudais e nacionais? Vamos usá-los. Para que deputados e senadores? Só para se reeleger?!