Dr. José Kormann (Histórias da História)
Historiador
Sugestões para o futuro de São Bento
Brasil, o País das delongas
Neste País tudo é demorado. Tudo leva anos para acontecer. A transferência da Capital Federal foi promessa e pensamento de séculos. Tirar a capital de Santa Catarina da ilha oceânica e levá-la para o interior? Já nem mais se tem a coragem de falar nisso. Para se fixar as fronteiras entre Santa Catarina e o Paraná foram nada menos do que 381 anos e quantas mortes humanas isso custou. O mesmo se pode falar dos municípios onde as delongas também se alastram por anos, gestões e, às vezes, séculos. Para São Bento do Sul vamos citar apenas dois exemplos: a água pública e o decantado Desvio Norte. Há outros. Vamos dinamizar mais. Muito mais!
Feriadão, 14 bilhões de dívidas para o Brasil?
Mentira. Pura Mentira. Ninguém recolheu esse dinheiro e o queimou. Nas grandes crises econômicas o dinheiro não é destruído; ele apenas passa para outras mãos. O mesmo acontece nos feriados e feriadões. Quanta outra gente, outros empreendimentos e outros lugares enchem seus bolsos de grana preta nessas ocasiões. Quando uns param, outros entram em ação, especialmente os do setor terciário; mas existem alguns tubarões que não querem distribuir ganhos, pois acham que só eles têm direitos a bons lucros. Mesmo assim, se eles fizerem bem as contas, a vida continua. Acorda São Bento para o turismo e a cultura. Isso dá dinheiro. Dá, sim.
“Estamos fartos dos ricaços e do desprezo dos soberbos”
Isso seria... Comunismo? Socialismo? Marxismo? Trotsquismo? Leninismo? Niilismo? Nazismo? Fascismo? Maoísmo? Ou, quem sabe, tantos outros “ismos” que existem por aí? Capitalismo é que não é. Ah! Até ia me esquecendo, talvez Cristianismo? É isso mesmo! É nada mais e nada menos do que uma frase da Bíblia. Do Salmo 122(123). Mas e o que isso teria a ver com a sociedade atual, com São Bento do Sul, especificamente? Veja as últimas eleições municipais: sacolões e sacolões, placas e mais placas, papéis e mais papéis, milhões e mais milhões, etc, etc, etc. Quando, enfim, teremos um governo do povo, pelo povo e para o povo? Acordem!
“Ser ou não ser, eis a questão”
Todos já conhecem esta frase de William Shakespeare; mas para a administração municipal de São Bento do Sul eu gostaria de vê-la aplicada ao pé da letra, como se diz. Geralmente as autoridades municipais se elegem e depois ficam reféns dos cargos comissionados ou dos funcionários mais antigos e mais experientes na coisa pública. É por isso que se diz, aliás, corretíssimamente, que a tarefa mais difícil de um eleito é livrar-se dos tão célebres puxa-sacos que surgem logo após a vitória e sabem tão bem bajular, mas são os primeiros a abandonar o barco quando ele começa a fazer água. O amigo se conhece na desgraça, embora ele exista antes.
O Brasil não é federalista, mas unionista
O nome do Brasil é República Federativa do Brasil, mas de federativo ele tem somente o nome. Na verdade ele é unionista. Você se lembra da Revolução dos Maragatos e Pica-Paus (1893-1895), em que até São Bento foi invadido, era uma luta de monarquistas e federalistas contra unionistas ou republicanos? Venceram os unionistas e até hoje o Brasil é assim: o primeiro poder é o Federal, o segundo poder é o Estadual e o terceiro poder é o Municipal. É por isso que o prefeito sempre fica reduzido a ser mendigo dos dois poderes acima dele. É o grandíssimo erro administrativo do Brasil. A corte imperial vive na baba em Brasília - e o povo pobre, e só.
Acorda, São Bento
Desperta e faça os outros também acordarem. Alguém há de tomar a dianteira, fazer a frente e ser o primeiro. Quanta coisa linda e boa se pode fazer para todos. Vá!