Prata da Casa – Salete Elingen

Uma vida multisseriada

Salete nasceu no bairro são-bentense Bela Aliança. Estudou na extinta escola Germano Wagenfuhr, atual Aracy Hansen. Fez da 5ª à 8ª séries no Nemo, atual Ceja. Cursou o Ensino Médio no Colégio Prof. Roberto Grant. A seguir fez uma porção de cursos técnicos. Trabalhou na lavoura, em indústria e chegou a abrir seu próprio empreendimento industrial. Foi bem com sua fábrica de bichinhos de pelúcia até que dois vendedores lhe deram um golpe, o que a obrigou a fechar as portas. Fez curso de frutas de parafina. Foi tão bem nesse curso que foi convidada a ser professora dessa arte e com isso viajou por diversas cidades catarinenses ministrando cursos. A convite da filha Katia de Marcos Schumacher, foi para a Alemanha, onde ficou por três anos e conheceu grande parte da Europa. Disso ela gostou muito e diz que a Katia sempre foi uma pessoa muito bondosa e verdadeira amiga. De volta ao Brasil, trabalhou na Rádio São Bento com o programa “Hora Alemã” – e depois manteve um programa alemão na Rádio Liberdade. Hoje é dona do Café Colonial 8 de Dezembro e do museu do mesmo nome, em Bela Aliança.

Salete na Europa

Diz ela que a primeira impressão da Alemanha é simplesmente inexplicável. É de se admirar que, após tantas guerras, ela possa ter a maravilhosa estrutura que tem. Conheceu também Portugal. Achou que Portugal é muito semelhante ao Brasil. De lá ela se lembra da noite de 21 de junho, a entrada do verão no hemisfério norte. As lindas estrelas. O céu todo iluminado. Tem menos estrelas do que o céu do Brasil (o poeta Gonçalves Dias já dizia isso), mas essas poucas estrelas são maiores e chamam mais a atenção. Lá em Portugal ela conheceu várias cidades. Gostou muito da cidade de Óbidos. Esteve também na Áustria, onde ela, aliás, como sempre, se interessou muito pela parte histórica de tudo. Da Finlândia ela comenta que é uma terra muito mágica. Ali até parece que o Papai Noel existe mesmo. Chegou a ver renas e muitas lindas ilhas. São ilhas pequenas, mas de grande esplendor. Na Baviera visitou até o fantástico castelo Neuschwanstein, onde Walt Disney se inspirou para o seu castelo da Disneylândia. Na cidade alemã de Idstein ela chorou de emoção porque no desfile a fanfarra tocou a Aquarela do Brasil: “Meu Brasil brasileiro...”. Isso só entende quem tem saudade deste país incomparável chamado Brasil.

Salete nos dias atuais

Cuida do Café Colonial e do Museu Sítio 8 de Dezembro. Faz parte do grupo folclórico Volkstanzgruppe, da Sociedade de Cantores 25 de Julho, a popular e histórica Sängerhalle. Todo ano, em outubro, participa do Encontro de Corais da Sängerhalle, que atrai corais de toda a região. Atualmente ela estuda tecnologia da comunicação no Senac. Ela é dinâmica. Sua vida não para. Na Europa encontrou seus parentes Elingen e assim os Elingen de lá ficaram muito contentes, pois na genealogia familiar faltava um, que é o que veio ao Brasil e ninguém de lá o sabia.

O Sítio Elingen

Esse sítio sempre foi dos membros da família e assim foi passando para seus descendentes. Hoje a Salete, sua irmã Simone e a mãe Ulda tomam conta da propriedade em que ainda funciona algo da lavoura especialmente cuidada pela Simone, que, apesar de ter seu emprego e já formada em curso superior, ainda estuda e gosta de trabalhar ao ar livre – com seu Fusca adaptado a esta faina faz maravilhas. Pedidos, 3633-3928.