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José Kormann, Dr. (Histórias da História)


Dr. José Kormann (Histórias da História)

Historiador


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Prata da Casa - Engelberto Kohlbeck

Segunda, 26 de março de 2012

Construtor de estradas a muque

Quando Rio Negrinho ainda pertencia a São Bento do Sul, da qual se libertou apenas a 23 de dezembro de 1953, Engelberto Kohlbeck e seu pai João trabalhavam para a prefeitura abrindo estradas a muque. Usavam picaretas, enxadas, pás, foices, machados, serras mais conhecidas como americanas – já que das motosserras ainda nem se ouvia falar –, carrinho de mão, uma boa junta de cavalos e todos os outros apetrechos necessários para tal serviço. Diz Engelberto que seu pai trabalhava como um cavalo. Era simplesmente louco no trabalho. Naquele tempo todos os trabalhadores usavam umas camisas de marca Hering de Blumenau. Eram camisas de manga comprida, mas essas mangas seu pai sempre cortava com o machado. Quando uma camisa estava suada de tanto suor, ele simplesmente a tirava, a torcia e a punha a secar enquanto usava outra e assim ia fazendo e assim era de escuro a escuro, de segunda a sábado, inclusive. Apesar de tudo, o serviço rendia em plena mata virgem.

 

Muitas estradas

Assim foram abertas várias estradas: a estrada de Colônia Olsen até Corredeiras, de Colônia Olsen até a cidade de Rio Negrinho e de lá duas: uma até o bairro de Rio dos Bugres e outra da cidade até a Capela de Rio dos Bugres – e de lá subindo a Serrinha do Rio dos Bugres até encontrar em Queimados a estrada para Corredeiras. Trechos dessas rodovias são, hoje, parte integrante da SC-422, rumo a Volta Grande e Cerro Azul até Moema, em Itaiópolis. Legalmente era exigida a largura para que dois caminhões pudessem se encontrar. Houve controvérsias com proprietários que não queriam a estrada ou que não queriam que se cortassem certas árvores. A derruba de árvores inteiras, com cepo e tudo, era bem melhor do que onde foram feitas as toras e sobrava lá somente o cepo. Para derrubar a árvore por inteiro era só cortar algumas raízes que o resto o peso da própria copa fazia, mas quando lá estava somente o cepo, tudo ficava muito mais difícil. Em alguns lugares houve a ajuda gratuita de colonos, mas que sempre trabalhavam sob a autoridade de seu pai que, aliás, foi o primeiro aposentado da região e conseguiu a aposentadoria por estes trabalhos através do senhor Herberto Tureck. Esta aposentadoria foi a grande novidade da região.

 

Algo de sua história

Engelberto Kohlbeck nasceu em Colônia Olsen, Rio Negrinho, a 22 de novembro de 1930. Criou-se com a família e frequentou a escola na mesma localidade. Já no que saiu da escola, no quarto ano primário, começou a trabalhar com seu pai na pesada vida das estradas. Nesse trabalho ficou até que Rio Negrinho separou-se de São Bento do Sul. Foi aí, final de 1953, que largaram esse trabalho. Durante todo esse tempo pousavam em ranchos do mato e só aos sábados voltavam para casa. Engelberto também trabalhou algum tempo como voluntário na construção da torre da Capela de São Pedro em Colônia Olsen. Quando criança sofreu muito porque quando seu pai ia à cidade voltava tarde da noite bêbado e aí brigava e batia em todos em casa. Diz ele que então as crianças iam dormir na palha do paiol, mas quando os filhos ficaram maiores passaram a enfrentar o pai e aí essa situação melhorou. Engelberto trabalhou também na lavoura onde tinha de tudo e comida não faltava. Para namorar e poder casar fazia 17 quilômetros, sempre de bicicleta. Seu casamento foi em Colônia Olsen e foi uma grande e linda festa. Mais tarde passou seus bens em usufruto para os filhos. Mudou-se para São Bento do Sul onde ainda trabalhou na Catoni e em jardinagens particulares. Hoje doente, mas bem disposto, relembra histórias de sua vida passada.

 

Memória

História é o estudo do passado para entender o presente e preparar o futuro. Ninguém deveria passar desta para a melhor sem deixar o seu depoimento para o bem de todos.



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