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Henrique Fendrich

rikerichgmail.com

Henrique Fendrich (Crônica de São Bento)

Jornalista são-bentense residindo em Brasília/DF


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Prédios ao chão

Segunda, 14 de novembro de 2011

Em pleno Finados, vi dois prédios morrerem em Brasília. Eram dois hotéis. É verdade que já estavam bem velhinhos – pelo menos aqui para Brasília. Um era de 1965 e outro de 1975. O que era o Brasil em 1965? O Golpe de 64 havia sido, naturalmente, um ano antes. Ainda éramos bi-campeões de futebol. A TV Globo estava sendo inaugurada. E no resto do mundo? Churchill morria, Malcom X morria, Le Corbusier morria – em 1965, se morria muito. Dez anos depois, quando o outro hotel era erguido, quem morria no Brasil era o Vladimir Herzog, suicidado pelo governo.

Enfim. Muita coisa acontecia enquanto os dois prédios eram construídos. Outras mais aconteceram com o passar dos anos, e eles acompanharam tudo passivamente. Continuaram sendo os mesmos desde o início. Os tempos mudavam, os prédios não. E esse foi o grande mal: houvessem se adaptado às novas exigências da sociedade e teriam escapado da morte brutal que tiveram – foram ambos implodidos.

A implosão dos prédios foi um pequeno espetáculo. Houve gente – a televisão mostrou – que largou o emprego em Taguatinga, a vinte minutos de Brasília, só para ver  os dois prédios serem derrubados. Teve pai que trouxe o filho, e o pequeno gostou tanto que quer ser engenheiro – e então não poderá derrubar nada. Durante cinco segundos, os prédios ruíram perfeitamente de cima a baixo, enquanto a multidão aplaudia entusiasmada.

E no lugar dos hotéis antigos, farão outros dois, muito mais modernos e luxuosos, para que possamos abrigar melhor os turistas estrangeiros que invadirão a cidade para a Copa de 2014. Terminada a Copa, os hotéis ficarão lá, a espera de que alguém, daqui a 40 ou 50 anos, decida também pela implosão da sua história.

 

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Clínica do Dr. Arndt

Isso me lembrou um antigo crime cometido em São Bento – digo crime à memória, à arquitetura, ou no mínimo à beleza estética da cidade. Foi a ocasião em que se derrubou a clínica do Dr. Arndt para construir a atual sede da Sociedade Desportiva Bandeirantes. A clínica do Dr. Arndt era um verdadeiro castelo construído em estilo germânico. As fotos disponíveis no Arquivo Histórico não deixam dúvida de que se tratava de um dos mais belos e imponentes edifícios da região. Se estivesse em pé ainda hoje, dividiria atenção com a Igreja Matriz e o Museu Municipal.

Pois é. Só que não está mais em pé. Não sei exatamente quais as justificavas apresentadas à época para essa destruição, mas já adianto que discordo de todas elas. Vejam vocês mesmos e tirem suas conclusões. 



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