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Henrique Fendrich

rikerichgmail.com

Henrique Fendrich (Crônica de São Bento)

Jornalista são-bentense residindo em Brasília/DF


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Evangelho segundo Rachel Sheherazade

Sexta, 21 de fevereiro de 2014


Naquele tempo, Jesus havia tornado ao templo e todo o povo vinha até ele para que os ensinasse. E os escribas e fariseus, cidadãos de bem e pagadores de impostos, trouxeram diante dele uma mulher apanhada em adultério. E, pondo-a no meio, disseram: “Mestre, essa mulher foi apanhada no próprio ato, adulterando. E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?”. Isto diziam eles porque sabiam que há muito o governo romano havia deixado de zelar pela moral e bons costumes, ficando o povo judeu desassistido e vulnerável à ação de adúlteros e toda sorte de fornicadores. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra e não os respondia.

Cansado de esperar por uma justiça que não vinha, um dos homens se abaixou para pegar uma pedra e com ela acertou diretamente na testa da mulher adúltera, prostrando-a imediatamente. A isso se seguiu uma chuva de arremessos, vindos de toda a parte, e em pouco tempo o corpo da pecadora jazia inerte. Feito isso, saíram um a um, a começar pelos mais jovens, até os últimos. E Simão Pedro, vendo-se a sós com o Mestre, perguntou-lhe se era justo aquilo que fizeram com a adúltera, ao que Jesus respondeu: “Não os condeno. Acho compreensível, o que não significa que aceite. Ademais, eu não vim para trazer a paz, e sim a espada. Que vão embora, e não pequem mais”.

 

*

E aconteceu que, junto com Jesus, também conduziram dois malfeitores, para que fossem mortos com ele. E quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. E um deles blasfemava dizendo: “Se tu és o Cristo, salva-te a ti e a nós”. Mas o outro o repreendeu e disse a Jesus: “Senhor, quando entrares no teu reino, lembra-te de mim”. Com o pouco de força que ainda tinha, Jesus respondeu: “Acaso sou eu algoz de ti, infeliz? És destituído de livre arbítrio? Não sou eu fruto da mesma sociedade que você? Filho do coitadismo!”. E, dizendo isso, expirou.

 

Posso falar com a Teresa?

Conheço Teresa há seis meses. Isto é, eu jamais cheguei a vê-la pessoalmente. Mas sei que existe e presumo que seja pessoa de convívio agradável. Do contrário não haveria motivo para tanta gente ligar para mim atrás de uma mulher chamada Teresa. Sei pela própria entonação da pessoa que não se trata de telemarketing: é realmente uma pessoa física que quer falar com Teresa. Há um fio de esperança na voz que me pergunta sobre ela e isso só torna mais difícil a minha missão de dizer que não conheço Teresa alguma.

Isso tem acontecido tantas vezes que eu fiquei curioso para saber quem é Teresa. Eu a imagino como uma mulher de meia idade, funcionária pública, bem arranjada na vida aqui em Brasília. Talvez um pouco insensível, afinal não avisou um punhado de pessoas quando trocou o número do telefone.

De certa forma, acho que Teresa deve me agradecer por atender essas ligações. Seria muito pior para a imagem dela se o telefone apenas tocasse e ninguém atendesse. Até o momento eu também não inventei nenhuma história, não disse que Teresa morreu ou que mandou dizer que nunca mais iria falar com a pessoa. Mas olha, vou confessar uma coisa: vontade não me faltou, viu?



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