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Henrique Fendrich

rikerichgmail.com

Henrique Fendrich (Crônica de São Bento)

Jornalista são-bentense residindo em Brasília/DF


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A lactose e o amor

Quinta, 06 de fevereiro de 2014


Que o mundo anda cada vez mais intolerante é coisa sabida e bem atestam todos os gastroenterologistas. Algumas estatísticas dão conta de que até 70% dos brasileiros adultos não toleram, não suportam e não podem conviver amistosamente com a lactose. E nem é possível dizer que se trata de preconceito, pois há fortes argumentos intestinais a favor dos intolerantes. Pessoalmente, não tenho posição muito definida sobre o assunto, pois o meu exame deu no limite – isto é, eu até consigo tolerar, mas é possível que de vez em quando eu me encha e não tolere mais. O contrário também é verdadeiro, pois conheço algumas pessoas que não podiam suportar a simples presença da lactose, mas depois de um tempo o organismo reviu o seu posicionamento e, mostrando grande flexibilidade, passou a aceitá-la sem maiores constrangimentos. Ao meu redor, no entanto, tenho um punhado de pessoas que, por mais que se fale bem a seu respeito, não conseguem engolir a lactose de jeito nenhum.

Marina, por exemplo. Até pouco tempo, Marina convivia muito bem com os açúcares do leite. Mas as pessoas mudam e, houvesse um grupo de proteção aos direitos dos glicídios, Marina seria hoje acusada de lactofobia – que não parece, mas existe. Acontece que há alguns dias eu almocei na casa de Marina. Depois de nos saciarmos, ela perguntou se eu não achava que cairia bem alguma coisa doce de sobremesa, com o que imediatamente concordei. E o doce em questão não era outra coisa senão um delicioso sorvete de flocos.

De início nem me ocorreu que aquilo tinha lactose e que Marina precisava de um remedinho para poder comer sem maiores consequências. Perguntei se havia alguma contraindicação para aquele remédio e ela disse que não. Isto é, apenas que se você tomar demais ele acaba perdendo o efeito. Refleti que ela estava achando aquela situação digna de se tomar um comprimido. E concluí então que tomar remédio contra intolerância à lactose também é, pois, um jeito de se dizer eu te amo.

 

Bronqueado com o futebol

Verdade que eu ando meio bronqueado com o futebol, mas não resisti a atenção de visitar uma exposição sobre as Copas do Mundo em Curitiba. Encontrei lá um par de botinas que os jogadores usavam em 1930 para chutar um objeto esférico bastante parecido com uma bola. Fotografias contavam como o Brasil havia perdido a Copa de 1950 e ganhado outras cinco. Em meio a painéis e camisas antigas encontrei ao vivo o Clodoaldo, tricampeão em 1970. Em um computador formei a minha própria seleção e ainda vi imagens sobre a relação entre futebol e paz mundial. Tudo muito organizadinho, mas não seria a mesma coisa sem as mesas de futebol de botão.

Pelo menos pra mim, que joguei botão durante toda a infância e não resisti à tentação de jogar também ali, mesmo que sozinho. Até porque, logo descobri que quase ninguém sabe jogar. A geração que conhece todos os combos no videogame não sabe como segurar uma palheta de futebol de botão. Crianças e adultos paravam para me assistir e eu me senti como se estivesse fazendo embaixadinhas. Em campo jogavam Argentina e Alemanha. Joguei para os dois times e não consegui fazer gol nenhum. Mas não fez muita falta: ali eu comecei a me reconciliar com o futebol. 



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