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Henrique Fendrich

rikerichgmail.com

Henrique Fendrich (Crônica de São Bento)

Jornalista são-bentense residindo em Brasília/DF


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Quero o nome mais bonito

Segunda, 10 de dezembro de 2012

Quero o nome mais bonito

Pouca coisa em mim é capaz de me denunciar como um descendente de alemães. A mais óbvia é o sobrenome, mas existe ainda outra, igualmente característica: o gosto por tabelas – que nada mais são do que a inútil tentativa de ordenar o caos. Vez ou outra eu apareço com uma tabela. Esses dias eu fiz uma tabela com os nomes mais utilizados para batizar crianças em São Bento entre 1876-1880, os primeiros anos de registros. É o tipo de coisa que ninguém em sã consciência teria disposição para verificar. Mas divirto-me um bocado e, de quebra, ainda descubro algumas verdades históricas.

Estou imaginando o trabalho que alguém teria para questionar esses dados. Sinto-me como se dissesse o número exato de estrelas no céu, e então alguém me pedisse pra provar. Eu diria, cinicamente: “Se duvida, comece a contar”. Pois bem. Mas falemos dos nomes das crianças, que são as estrelas que eu contei desta vez.

 

Os primeiros nomes

Sem surpresa, o nome mais comum em São Bento nessa época foi Maria. Às vezes acompanhado de outros nomes, mas na maioria das vezes só Maria mesmo. Se somar o número de crianças do segundo e terceiro colocados, não chega ainda ao número de Marias. Mas isso não era coisa da época: na última década, em todo o Brasil, Maria ainda era o nome mais registrado de todos, conforme levantamento nos cartórios.

Na sequência, para as meninas, os nomes mais usados foram Francisca, Anna, Catharina, Theresa, Joaquina, Bárbara, Bertha, Agostinha e Antônia. À exceção de Bertha (usado sempre em famílias imigrantes e nunca em brasileiras) e Agostinha, os demais permanecem vivos em nossos dias, e bastante valorizados na tendência de se dar nomes tradicionais às crianças.

O mesmo vale para os nomes mais comuns dos meninos de São Bento: Francisco, João, José, Antônio, Carlos, Pedro, Manoel, Miguel, Joaquim e, empatados, Jorge e Henrique. Confesso a minha surpresa ao ver o Henrique nessa lista. Há uma certa unanimidade em torno do nome (faça uma enquete e veja se alguém acha Henrique um nome feio), mas não imaginava que ele pudesse ser comum há tanto tempo. Infelizmente as estatísticas não captam a tendência de confundir os Henriques e chamá-los de Guilherme e Felipe. Sou Henrique desde que nasci e já me acostumei a ser chamado assim. Deve haver um motivo: são nomes com três sílabas e terminam na letra E.

Reza a lenda que eu escapei de me chamar Frederico. Há uma tradição nos Fendrich em se chamar Frederico. Tenho registro de quatro Fredericos e até uma Frederica. Digamos que o nome não goza hoje de muita popularidade. Meu amigo Elimar Passig tentou dar esse nome para o seu filho e foi vetado. E com razão. Mas há coisa pior. Nos primeiros anos de São Bento, havia crianças chamadas Sullino, Emygdia, Campulim, Umurina, e o meu favorito: Barcellícia. Com dois L, para fichar chique. Sem dúvida são nomes de santos. Eu não chamaria de outra coisa quem carrega esses nomes por toda a vida.

Infelizmente neste período só há registros católicos. Os protestantes tinham o costume de dar quatro ou cinco nomes para crianças, homenageando todo tipo de gente. O que no fundo até fazia sentido: era impossível que, ao menos em um dos nomes, eles não acertassem.



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